Senado: "É o golpe dentro golpe. Não podem nos impedir de falar", disse o líder do PT, Paulo Rocha (PA) (Agência Senado/Geraldo Magela)
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2016 às 16h59.
Brasília - Senadores da base do governo não estão satisfeitos com a possibilidade de encurtar a sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No início da sessão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou que poderia encerrar as discussões e partir direto para a votação.
"É o golpe dentro golpe. Não podem nos impedir de falar", disse o líder do PT, Paulo Rocha (PA).
De acordo com ele, essa sugestão é uma estratégia da oposição, já que os governistas estão inscritos mais para o final da lista. Caso a discussão seja suspensa, eles não teriam a oportunidade de falar.
Até o momento, apenas 15 dos 68 senadores inscritos falaram. Apenas um deles discursou a favor da presidente Dilma, o vice-líder do governo, Telmário Mota (PDT-RR).
Nos cálculos da assessoria técnica do Senado, a votação em si deve ser realizada apenas às 5h da manhã.
Para o líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), a atitude é uma "violência". Os governistas aparecem na lista de oradores por volta da metade, já os principais porta-vozes do governo, como líderes, e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), estão entre os últimos.
Independentemente da insatisfação dos governistas, talvez não seja possível conter a redução da sessão do impeachment.
Como o próprio Renan sinalizou, a sugestão de encerramento da fase de discussão pode ser feita regimentalmente por meio de um requerimento.
"Eu quero só lembrar aos senadores que, à medida que esta sessão se estenda, na forma do Regimento, se for o caso, eu aceitarei requerimento para que nós possamos encerrar a discussão e passarmos à votação", disse Renan.
Colocado o requerimento em votação, o governo hoje tem minoria no plenário, e não tem certeza se conseguiriam derrubar a proposta.