Emergente atrai mais investimentos externos que ricos
Países ricos ainda vivem incertezas da recuperação econômica, da alta taxa de desemprego e das turbulências no mercado financeiro
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 09h35.
São Paulo - O Brasil já apresenta uma taxa de expansão de investimentos diretos do exterior superior à da China e, pela primeira vez, está entre o dez maiores destinos de investimentos no mundo, superando tradicionais economias como Japão e Itália e quase se igualando à Alemanha.
Os dados, divulgados ontem pela Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), confirmam uma transformação profunda na economia mundial. Pela primeira vez na história, os países emergentes receberam mais investimentos que os ricos, que ainda vivem as incertezas da recuperação econômica, da alta taxa de desemprego e das turbulências no mercado financeiro.
Em expansão, a economia brasileira seguiu o mesmo caminho de outros emergentes. Estrangeiros aumentaram suas compras de empresas brasileiras em mais de 9.000% entre 2009 e 2010, deixando no País um volume superior ao que gastaram na China e duas vezes mais que as aquisições mundiais na França. Esses dados foram amplamente inflacionados pela transação da Telefonica no mercado nacional.
No geral, os investimentos no mundo estagnaram em 2010, com apenas 0,7% a mais que em 2009, o ano da crise. No ano passado, os investimentos mundiais somaram US$ 1,12 trilhão, ante US$ 1 11 trilhão em 2009. Mas essa estagnação ocorreu principalmente por causa dos países ricos, que apresentaram queda de 7% no fluxo de investimentos em 2010.
A Europa apresentou queda de 22% nos investimentos recebidos no ano passado, e o Japão, de 83%. Países como a Irlanda sofreram queda de 66% no fluxo de investimentos, ante 20% na Dinamarca, 55% em Luxemburgo e 38% na Grécia. Já os Estados Unidos receberam 43% mais em 2010 que em 2009.
Mas isso significou apenas uma recuperação modesta em relação a dois anos de quedas profundas. A economia americana, apesar de receber investimentos terminou 2010 com um volume equivalente apenas à metade do que recebia há três anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.