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Em greve de fome por Lula, militantes recebem apoio de Nobel da Paz

Grevistas estão recebendo atendimento médico constante, incluindo tratamento contra dores musculares, devido ao estado de desnutrição

Sete militantes que protestam em Brasília pela liberdade de Lula já completam 15 dias de greve de fome (Rodolfo Buhrer/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 13h21.

Brasília - Em greve de fome há 15 dias, os sete militantes que protestam em Brasília pela liberdade do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso em Curitiba, tiveram nesta terça-feira, 14, a visita do argentino Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.

Os grevistas estão recebendo atendimento médico constante, incluindo tratamento contra dores musculares, devido ao estado de desnutrição e podem entrar em colapso a qualquer momento, segundo a médica de Família e Comunidade, Maria da Paz Feitosa de Sousa.

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A profissional está acompanhando o grupo desde o início da greve e afirmou que a partir de agora é alto o risco de paradas cardíacas. "Eles estão em um estado de alta vulnerabilidade", disse. A equipe médica monitora a pressão dos grevistas constantemente e fornece água e soro para hidratação oral dos manifestantes.

Na manhã desta terça, o grupo organizou um evento religioso em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a presença de Esquivel, do dirigente do MST, João Pedro Stédile, entre outros. Para cumprimentar os grevistas, a equipe organizou uma fila para que os apoiadores pudessem higienizar as mãos antes de cumprimentá-los e, aqueles que apresentavam qualquer sinal de doença, foram convidados a não se aproximar.

"A fraqueza está grande, mas o sentimento é forte. Colocamos nossas vidas à disposição da causa", disse o militante Jaime Amorin, de 55 anos, um dos grevistas.

Esquivel disse que acompanha de longo tempo "a grave situação que vive o Brasil". "Querem impedir que Lula chegue ao poder porque isso mudaria o panorama não só do Brasil mas de toda a América Latina."

Stédile afirmou que o movimento tem nesta terça, às 14 horas, uma audiência com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, reunião da qual Esquivel deve participar. "Vamos pedir que se faça justiça. Isso é uma responsabilidade histórica dos juízes. Ou são pessoas livres ou são pessoas dominadas", completou.

No dia 8, o movimento se reuniu com o ministro do STF Ricardo Lewandowski. Durante a audiência, os manifestantes comentaram com Lewandowski a situação das pessoas no campo e demonstraram preocupação com um futuro governo que não olhe para os pobres.

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