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Em defesa da soberania nacional em áreas estratégicas para o país

OPINIÃO: algumas áreas são fortes aliadas das políticas públicas, em especial diante de grandes desafios e mudanças, como as que vivemos com a pandemia da covid-19 e as eleições gerais

Obra em rodovia de Santa Catarina (Ministério dos Transportes/Divulgação)
Joel Krüger

Colunista

Publicado em 5 de agosto de 2023 às 09h00.

Historicamente, as áreas da engenharia, da agronomia e das geociências têm uma importância estratégica para o desenvolvimento do país. E são fortes aliadas das políticas públicas, em especial diante de grandes desafios e mudanças, como as que vivemos com a pandemia da covid-19 e as eleições gerais do ano passado.

Nesta conjuntura em que o Brasil reencontra a sua normalidade, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) juntamente com os 27 Conselhos Regionais, os Creas, realizam na próxima semana em Gramado (RS) a 78ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea). Para nós, profissionais da engenharia, da agronomia e das geociências este é o evento mais importante do nosso Sistema. Este ano, teremos como tema: “A Importância da Engenharia na Soberania Nacional”.

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Estamos entre os que acreditam que falar de soberania nacional é pensar em ciência, tecnologia e inovação. Temos dito em diversas oportunidades que o país precisa defender o seu capital tecnológico. Para isso, é essencial estimular a inovação nas empresas, nas universidades e nos centros de pesquisa, principalmente, com a ampliação dos investimentos na formação de recursos humanos e em infraestrutura de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Durante a 78ª Soea, seremos quatro mil profissionais das áreas tecnológicas e dezenas de especialistas renomados do Brasil e do exterior discutindo e pensando soluções que ajudem o país a conquistar mais soberania, inclusive, em setores considerados críticos, por serem muito dependentes de produtos e serviços externos.

Neste sentido, estamos convencidos de que é urgente avançarmos na construção de um novo modelo para comércio exterior. Ou seja, nossas exportações não podem ter como foco principal apenas as exportações de commodities, mas precisam evoluir para uma realidade em que o país consiga agregar mais valor aos seus produtos e processos, tornando-os mais competitivos, por meio de avanços em seus indicadores de inovação tecnológica. Além de grandes produtores de grãos que já somos, precisamos nos tornar conhecidos também como grandes exportadores de conhecimento, em especial, em áreas portadoras de futuro.

Nosso Sistema Confea/Crea responde pelo exercício profissional de engenheiros, agrônomos, geógrafos, geólogos e meterologistas do Brasil inteiro. Todas essas profissões se articulam com políticas públicas essenciais, e nossos profissionais estão prontos para contribuir com o país em áreas estratégicas para a soberania nacional, como segurança alimentar, o agronegócio, agricultura familiar infraestrutura, energias renováveis, telecomunicações, transformação digital, microeletrônica, inteligência artificial, além das mudanças climáticas e desastres naturais, dentre várias outras.

Como já vimos em diversos momentos da nossa história, principalmente durante a pandemia, as áreas tecnológicas são as mais resilientes e atuam como pilares da economia nacional, pois abrigam cadeias produtivas virtuosas, por gerarem milhões de oportunidades de negócios, emprego e renda para os brasileiros do campo e da cidade.

Apenas para corroborar com essa reflexão destacamos que, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 16,78 bilhões em maio deste ano, um aumento de 11,2% em relação ao mesmo mês em 2022.  Já a agricultura familiar responde por 70% dos alimentos que chegam às mesas dos brasileiros e pelo emprego de 10,1 milhões de trabalhadores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria da construção civil está empregando mais e, mesmo com uma ligeira redução, a projeção de expansão é de 2% para 2023, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Em termos da engenharia clínica tivemos uma atuação extraordinária durante a pandemia, com avanços nas pesquisas e na produção de equipamentos médicos em tempos recordes, como aconteceu com a fabricação dos respiradores e a construção de hospitais de campanhas.

Por toda essa relevância e esse protagonismo que nossas profissões podem ter, é que estamos acompanhando com expectativa e atenção as possiblidades que o governo federal tem anunciado para o setor. No novo PAC, por exemplo, estima-se que serão destinados recursos de R$ 240 bilhões, nos próximos quatro anos, para áreas de Transportes; Infraestrutura urbana; Equipamentos sociais; Água Para Todos; Comunicações; e Energia. Além destes, para o programa “Minha Casa, Minha Vida” estão previstos R$ 40 bilhões em quatro  anos, com a geração de quatro milhões de empregos diretos.

Sem dúvidas, são investimentos volumosos que mobilizam os profissionais do nosso Sistema, assim como a nova política de reindustrialização do país, que promete investir R$ 106,16 bilhões, também nos próximos quatro anos, para inovação tecnológica nas empresas e em outras áreas.

Da nossa parte, o Sistema Confea/Crea está empenhado em ajudar o Brasil a crescer de forma sustentável, soberana e inclusiva.

*Eng. Civ. Joel Krüger, presidente do Confea

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