Eleições na Venezuela: Mauro Vieira diz que o Brasil espera que o pleito seja transparente
Chanceler reforça defesa da presença de observadores internacionais
Agência de notícias
Publicado em 26 de junho de 2024 às 15h29.
Última atualização em 26 de junho de 2024 às 15h45.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro espera que as eleições na Venezuela , marcadas para 28 de julho deste ano, sejam transparentes e acompanhadas por observadores internacionais. Vieira disse que há contatos frequentes de Brasília e da embaixada do Brasil em Caracas com representantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e da oposição.
"Seguimos com toda a atenção as eleições na Venezuela e conversando com todos os atores. Esperamos que sejam realizadas dentro do período previsto, com observadores internacionais, e que sejam eleições transparentes, claras e aceitas por todos", afirmou o chanceler.
Recentemente, Maduro assinou um acordo com sete candidatos da Venezuela, prometendo respeitar os resultados do pleito. O pacto foi proposto pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas o principal opositor do líder venezuelano nas eleições, Edmundo González, não assinou o documento.
Embora o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenda a presença de observadores internacionais, o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE ) decidiu não enviar representantes ao país vizinho. O TSE recebeu o convite oficial da Venezuela, por meio do Itamaraty, em meados do mês passado.
Na semana passada, dez prefeitos venezuelanos eleitos foram inabilitados para exercer cargos públicos pelos próximos 15 anos — uma sanção tomada pela Controladoria-Geral da República e cumprida de maneira imediata pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão eleitoral que se encarrega de organizar as eleições.
As declarações de Vieira foram feitas após encontro com o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Jasem Mohammed al-Dudaiwi. Além das relações entre o Brasil e o bloco (formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã), a situação na Faixa de Gaza, causada pelo conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas foi um dos pontos altos da conversa.