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Dos 196 países do mundo, brasileiros só podem entrar em 89; confira

Como as regras de cada país são atualizadas constantemente, é importante checar a situação diretamente com a representação estrangeira no Brasil

(Germano Lüders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2021 às 14h56.

Última atualização em 18 de março de 2021 às 15h08.

Desde o começo do mês de março, o Brasil é o campeão mundial de mortes provocadas pelo novo coronavírus , segundo informações compiladas pelo site Our World in Data, da Universidade de Oxford. Mesmo assim, ainda há pelo menos 88 países que permitem a entrada de pessoas saídas do Brasil sem uma justificativa específica — como trabalho, estudo ou reunião familiar.

O levantamento foi realizado pelo Estadão, com base em dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), de sites de agências de viagens e de contatos com as embaixadas dos países no Brasil. A reportagem considerou uma lista de 196 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas ( ONU ).

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Como as regras de cada país são atualizadas constantemente, é importante checar a situação diretamente com a representação estrangeira no Brasil, antes de planejar qualquer viagem. Especialistas consultados pela reportagem também recomendam que se evitem deslocamentos não essenciais no momento, dada a gravidade da pandemia. Apesar da grande quantidade de países, a lista de 88 nações com entrada liberada não inclui os destinos mais procurados pelos brasileiros: ficam de fora lugares como Estados Unidos, Argentina, Itália, Espanha e Portugal. Dos dez países que mais receberam brasileiros em 2019, só dois continuam permitindo a entrada: México e Paraguai. Este último tem fronteira terrestre com o Brasil. Além destes, outro destino popular que permite a entrada de brasileiros no momento é o Chile.

A maioria dos 89 países que permitem a entrada de brasileiros está concentrada em três regiões: a África subsaariana, o Leste Europeu e o Caribe — no último caso, vários dos países da região têm o turismo como uma das principais fontes de renda. Na África, permitem a entrada países como a África do Sul, o Egito, a Nigéria e a República da Guiné-Bissau. Outros países lusófonos como Moçambique e Angola, não permitem a entrada no momento. No leste da Europa, a entrada é permitida em países como a Croácia e Montenegro, na costa do Mar Adriático, além da Albânia. No Caribe, é possível visitar alguns países, como Cuba, Bahamas, as Ilhas Seychelles e Dominica.

O grau de restrição e as regras impostas pelos países variam desde aqueles que não fazem nenhuma exigência específica de testes e quarentena, como a Macedônia do Norte, até lugares onde a entrada está totalmente proibida, como Tuvalu, Iêmen e a Coreia do Norte. Mesmo que alguns países ainda permitam a entrada de visitantes, é desaconselhável realizar viagens não essenciais neste momento, dada a gravidade da situação, diz o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo ( USP ).

"É uma verdadeira catástrofe que se permitam viagens não essenciais para estes países", diz ele. "Nós estamos numa situação muito complexa, deveríamos nos concentrar em combater a pandemia nas nossas próprias cidades. Fazer aglomeração em aeroporto, pegar voo, não é seguro neste momento. O avião é uma das formas mais fáceis que existem de transmitir o vírus de cá pra lá e de lá pra cá", diz o especialista. Mesmo viagens nacionais não essenciais devem ser evitadas, diz ele.

Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que não mantém uma lista atualizada dos países que permitem ou não a entrada de brasileiros. O Itamaraty destacou que as medidas de proibição de entrada de pessoas vindas do Brasil não são "discriminatórias" contra brasileiros, e se devem à disseminação das novas variantes do coronavírus no país.

"O principal critério para as medidas mais drásticas, como proibição de voos ou de entrada de passageiros, tem sido a detecção de novas variantes do coronavírus, o que atinge não apenas o Brasil, mas também países como Reino Unido, Irlanda, África do Sul, Dinamarca e Japão. Esse é o mesmo critério que justifica a proibição, ora vigente, de ingresso no Brasil de voos oriundos do Reino Unido e da África do Sul, embora a fronteira aérea esteja aberta a voos e viajantes provenientes dos demais países, desde que cumpridos certos requisitos sanitários", disse a pasta.

O MRE também afirmou que a maioria dos países que proíbem a entrada de pessoas vindas do Brasil criou exceções, "tais como voos exclusivamente de carga, tripulação aérea e voos extraordinários de natureza humanitária e os que visam a repatriar cidadãos e residentes permanentes retidos no exterior" declarou o MRE, em nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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