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Doria lança "Mutirão Mario Covas", mas não anima periferia de SP

Doria tentou convencer a população a trabalhar com ele, mas só funcionários da prefeitura se envolveram em "mutirão" na periferia

Doria: moradores do Itaim Paulista não se envolveram no "Mutirão Mario Covas", e funcionários deixaram o local 45min depois do prefeito (Facebook João Doria/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 09h53.

São Paulo - Bem que a equipe do prefeito João Doria (PSDB) tentou convencer a população a participar, mas no primeiro mutirão feito na manhã deste domingo pelo tucano no Itaim Paulista, no extremo leste de São Paulo, só os funcionários da Prefeitura trabalharam.

Os moradores do bairro até vestiram a camiseta da ação, batizada de Mutirão Mario Covas, mas a maioria preferiu tirar fotos com o prefeito.

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Às 12h30, cerca de 45 minutos após a saída de Doria, as equipes municipais que reformam guias e sarjetas já se preparavam para ir embora.

"Isso aqui não foi mutirão, não. Só conversa, cena para foto. Os únicos que trabalharam foram os funcionários da Prefeitura e acho que está certo. A gente paga impostos, tem de vir para mostrar o que está errado", disse Maria Dinorá Oliveira, de 70 anos. Ela e suas amigas vestiam a camiseta entregue pelos assessores do prefeito pouco antes de ele chegar, às 10h.

"Ninguém me chamou para trabalhar, só para representar os usuários do Parque Santa Amélia. Esperamos o prefeito chegar, tiramos fotos e explicamos o que falta aqui", afirmou Maria Laura da Trindade, de 60 anos.

Doria, no entanto, quis mostrar serviço. Com luvas e capacete, transportou pedras, pegou na enxada para misturar o cimento e usá-lo para cobrir outro ponto da calçada em reforma, vistoriou banheiros, plantou uma árvore, brincou com crianças, abraçou eleitores e ainda foi chamado de "gato", num típico dia de campanha.

"Cada ato que o prefeito participa tem um simbolismo. Então, não se preocupem se o prefeito varreu 20 minutos a rua ou fez a calçada por 15 minutos. O significado disso é o exemplo, a atitude", disse Doria, após passar pouco mais de 15 minutos tentando fazer um trecho de calçada, onde desenhou a sigla SP dentro de um coração.

O prefeito também anunciou a criação do programa Calçada Nova, mas sem definir metas como quilômetros de calçadas a serem reformados, orçamento ou prazos.

Doria disse apenas que a ação se dará da periferia para o centro. No próximo domingo, será a vez de um bairro do extremo sul da capital.

Sobre a baixa participação popular no Itaim, ele afirmou que os moradores vão colocar a mão na massa. Mas, assim que Doria deixou o parque, o prefeito regional do Itaim Paulista, José Denício Pontes Agostinho, ainda tentou reunir os voluntários, sem sucesso. "Eles vão voltar ao longo da semana para a gente terminar", disse.

Bike

À tarde, o prefeito foi pedalar na Avenida Paulista, que fechou para carros ontem às 13h, por causa da prova da Fuvest. O tucano levou parte do secretariado, como o chefe de Transportes e Mobilidade, Sérgio Avelleda.

Durante a manhã, Doria reafirmou que vai retirar as ciclovias pintadas em calçadas estreitas e ampliar a rede de ciclofaixas de lazer para a periferia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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