Doleiro da Lava Jato reafirma que pagou propinas a Vaccari
Youssef prestou longo depoimento ao juiz federal Sérgio Moro no processo em que Vaccari é réu junto com o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2015 às 15h41.
São Paulo - O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato , reafirmou à Justiça Federal que pagou mais de R$ 800 mil em propinas para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Youssef prestou longo depoimento ao juiz federal Sérgio Moro no processo em que Vaccari é réu junto com o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque - cota do PT na estatal petrolífera.
Os dois estão presos em Curitiba, base da Lava Jato. Outros 25 acusados respondem na mesma ação, por quadrilha e corrupção.
Youssef, um dos delatores da Lava jato, declarou que pagou Vaccari em dinheiro vivo, em duas parcelas de pouco mais de R$ 400 mil cada.
"O primeiro pagamento, se não me engano, a primeira parte foi no meu escritório (em São Paulo) para a cunhada do João Vaccari, então tesoureiro do PT. Em espécie. E depois houve um outro pagamento, o meu funcionário Rafael Ângulo foi junto com o Piva da Toshiba. O Piva deixou o valor na porta do diretório nacional do PT em São Paulo."
O doleiro já havia dado essas informações em outros relatos à Justiça e à força-tarefa da Lava Jato. Como delator ele está obrigado a depor em todas as ações criminais decorrentes da investigação sobre esquema de corrupção e propinas na Petrobras. Ele foi arrolado como testemunha de acusação de Vaccari e Duque.
"Eu nunca operei a Diretoria de Serviços, mas tinha conhecimento de que a Diretoria de Serviços recebia (propinas sobre o valor dos contratos da Petrobras).
Eu soube disso primeiro pelo sr. José Janene (ex-deputado líder do PP, morto em 2010), depôs pelas próprias empresas."
O juiz Moro perguntou a Youssef se ele participou de reuniões para discutir propinas com os executivos das empreiteiras. Ele disse 'sim'.
Sobre a propina a Vaccari, o doleiro disse. "Eu fiz um pagamento ao PT. A única operação que eu fiz que envolveu o pagamento ao PT foi sobre uma obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio) a pedido da Toshiba. Na época (2009), total de 800 e poucos mil reais."
Ele afirmou que quem recebia propinas para a Diretoria de Serviços era João Vaccari Neto.
O juiz perguntou a Youssef se os relatos de empreiteiros mencionavam Vaccari e se lhe diziam que o então tesoureiro do PT recebia propinas. "Sim", respondeu o doleiro.
"Mas ele (Vaccari) recebia valores de doações ou propinas pagas? O que foi relatado para o sr?", insistiu o juiz Moro.
"Que normalmente essas comissões eram pagas por intermédio de doações no próprio partido", respondeu o doleiro-delator. "Isso me foi falado na época, era realmente, o comissionamento era pago como doação.".
Disse que encontrou-se 'duas ou três vezes' com Vaccari 'em alguns restaurantes, assim de passagem'.
"Uma vez ele esteve no meu escritório para conversar comigo. Eu não estava. Depois teve a operação (Lava Jato), eu não soube qual era o assunto que ele queria tratar."
Defesa
O advogado criminalista Luiz Flávio Borges DUrso refuta as denúncias contra seu cliente, João Vaccari Neto. DUrso tem reiterado publicamente e por meio de petições e habeas corpus que o ex-tesoureiro jamais recebeu propinas e que sua missão era arrecadar doações lícitas para o PT.
O PT reafirma que só arrecada doações lícitas e que as comunica formalmente à Justiça eleitoral.
A reportagem não localizou representante da Toshiba.
São Paulo - O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato , reafirmou à Justiça Federal que pagou mais de R$ 800 mil em propinas para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Youssef prestou longo depoimento ao juiz federal Sérgio Moro no processo em que Vaccari é réu junto com o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque - cota do PT na estatal petrolífera.
Os dois estão presos em Curitiba, base da Lava Jato. Outros 25 acusados respondem na mesma ação, por quadrilha e corrupção.
Youssef, um dos delatores da Lava jato, declarou que pagou Vaccari em dinheiro vivo, em duas parcelas de pouco mais de R$ 400 mil cada.
"O primeiro pagamento, se não me engano, a primeira parte foi no meu escritório (em São Paulo) para a cunhada do João Vaccari, então tesoureiro do PT. Em espécie. E depois houve um outro pagamento, o meu funcionário Rafael Ângulo foi junto com o Piva da Toshiba. O Piva deixou o valor na porta do diretório nacional do PT em São Paulo."
O doleiro já havia dado essas informações em outros relatos à Justiça e à força-tarefa da Lava Jato. Como delator ele está obrigado a depor em todas as ações criminais decorrentes da investigação sobre esquema de corrupção e propinas na Petrobras. Ele foi arrolado como testemunha de acusação de Vaccari e Duque.
"Eu nunca operei a Diretoria de Serviços, mas tinha conhecimento de que a Diretoria de Serviços recebia (propinas sobre o valor dos contratos da Petrobras).
Eu soube disso primeiro pelo sr. José Janene (ex-deputado líder do PP, morto em 2010), depôs pelas próprias empresas."
O juiz Moro perguntou a Youssef se ele participou de reuniões para discutir propinas com os executivos das empreiteiras. Ele disse 'sim'.
Sobre a propina a Vaccari, o doleiro disse. "Eu fiz um pagamento ao PT. A única operação que eu fiz que envolveu o pagamento ao PT foi sobre uma obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio) a pedido da Toshiba. Na época (2009), total de 800 e poucos mil reais."
Ele afirmou que quem recebia propinas para a Diretoria de Serviços era João Vaccari Neto.
O juiz perguntou a Youssef se os relatos de empreiteiros mencionavam Vaccari e se lhe diziam que o então tesoureiro do PT recebia propinas. "Sim", respondeu o doleiro.
"Mas ele (Vaccari) recebia valores de doações ou propinas pagas? O que foi relatado para o sr?", insistiu o juiz Moro.
"Que normalmente essas comissões eram pagas por intermédio de doações no próprio partido", respondeu o doleiro-delator. "Isso me foi falado na época, era realmente, o comissionamento era pago como doação.".
Disse que encontrou-se 'duas ou três vezes' com Vaccari 'em alguns restaurantes, assim de passagem'.
"Uma vez ele esteve no meu escritório para conversar comigo. Eu não estava. Depois teve a operação (Lava Jato), eu não soube qual era o assunto que ele queria tratar."
Defesa
O advogado criminalista Luiz Flávio Borges DUrso refuta as denúncias contra seu cliente, João Vaccari Neto. DUrso tem reiterado publicamente e por meio de petições e habeas corpus que o ex-tesoureiro jamais recebeu propinas e que sua missão era arrecadar doações lícitas para o PT.
O PT reafirma que só arrecada doações lícitas e que as comunica formalmente à Justiça eleitoral.
A reportagem não localizou representante da Toshiba.