Dólar deve ficar mais caro ao longo do ano, prevê Gradual Investimentos
Câmbio valorizado abre oportunidade para modernização de empresas brasileiras e viagens ao exterior
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2011 às 11h47.
São Paulo - A cotação do dólar em torno de R$ 1,65 - o menor patamar desde setembro de 2008 - deve ser encarada como algo transitório e que gradualmente vai subindo até encerrar o ano na casa de R$ 1,80 a R$ 1,85. Neste momento, em vez de lutar contra o enfraquecimento do dólar, o Brasil deveria aproveitar as oportunidades geradas por esse câmbio.
A análise é do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, que participou nesta terça-feira (4) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Existe um diferencial de taxa de juros entre o Brasil e o resto do mundo que justifica a valorização cambial. Além disso, os Estados Unidos estão forçando a barra com medidas monetárias extremamente expansionistas, despejando dólar na economia mundial. Não há movimento especulativo.”
O economista é contra a adoção de medidas “exóticas” para tentar controlar o câmbio. “O ministro da Fazenda tem um conjunto de armamento bastante amplo, mas eu acredito que isso seria um equívoco. Da mesma forma que o dólar se enfraqueceu, ele pode se fortalecer. Os últimos dados da economia americana indicam uma recuperação que, em algum momento, vai se traduzir em um dólar um pouco mais forte. Portanto, mexer no câmbio é a última coisa que deveria ser feito. O governo deveria entender esse momento como transitório e desfrutar o melhor possível dessa situação.”
André Perfeito sugere que os empresários e o governo aproveitem o câmbio valorizado para importar bens de capital com o objetivo de modernizar o parque industrial. Para quem planeja uma viagem ao exterior, a dica é aproveitar a atual cotação e comprar a moeda americana, protegendo o valor da viagem.
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, bastar clicar na imagem ao lado), o economista-chefe da Gradual Investimentos faz um alerta para os investidores que pretendem especular com o câmbio.