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Dilma será sua prórpia porta-voz sobre economia em campanha

Inflação não será um empecilho para a reeleição da presidente, que assumirá pessoalmente o papel de porta-voz da campanha na área econômica

Dilma Rousseff: momento é de confiança do mercado financeiro no governo em baixa (Wilson Dias/ABr)
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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 11h46.

Brasília - A inflação relativamente alta é um problema, mas não será um empecilho para a reeleição da presidente Dilma Rousseff ( PT ), que assumirá pessoalmente o papel de porta-voz da campanha na área econômica, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Deputado estadual paulista e coordenador-geral da campanha, Falcão justificou a escolha de Dilma pelo fato de ela ser a pessoa mais qualificada para tratar da economia, além de evitar possíveis especulações sobre a composição do ministério em um eventual segundo mandato, já que há expectativa em torno da saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que ocupa o cargo desde março de 2006.

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"A pessoa que está mais preparada para discutir economia e para falar de economia é a própria presidenta", disse Falcão em entrevista à Reuters na sede do comitê de campanha, em Brasília.

"Se você começa a divulgar quais as pessoas estão mais empenhadas em analisar política econômica e instrumentos que possam ser acionados no ano que vem, se for o caso, começa a antecipar o tipo da (futura) equipe, o que nem nós e nem ela queremos." A situação era diferente em 2010, quando o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci assumiu o papel de principal interlocutor da área econômica da campanha da petista, que tentava se eleger pela primeira vez. Na ocasião também se especulou, com menor intensidade, sobre uma possível substituição de Mantega, mas Dilma não era a presidente.

Num momento em que a confiança do mercado financeiro no governo está em baixa, Falcão minimizou a necessidade de alguma sinalização de nomes.

"Os caras dizem que isso (a designação de porta-vozes para a economia na campanha) pode ser uma vantagem, que pode inspirar a confiança do mercado", disse. "O mercado é uma parte da sociedade, mas a maioria da sociedade não é o mercado." Sobre como rebater durante a campanha o mal-estar com o que chamou de "um pouquinho mais de inflação", Falcão disse que é preciso "ampliar o nível de informação e combater o catastrofismo, o pessimismo e o terrorismo econômico".

"Por exemplo, tem inflação, mas hoje você tem casa própria, tem inflação, mas você hoje tem seu filho na universidade", argumentou.

"E também tem a comparação com o mundo... talvez seja melhor conviver com esse pouquinho a mais de inflação, que vai ser derrubado com o tempo, do que ter sacrificado seu emprego, seu salário, sua casa própria, a escola do seu filho", acrescentou. Ao longo do mandato de Dilma, em vários momentos a inflação acumulada em 12 meses rondou, e mesmo superou, como em junho, o teto da meta do governo --de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais. A alta dos preços tem sido um dos principais motivos de insatisfação do eleitorado.

Outro desafio que Dilma enfrenta, sua alta rejeição, também foi minimizado por Falcão, para quem a campanha eleitoral, que começa a engrenar agora, será o momento para reduzi-la.

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