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Depois de Levy, presidente do BC vira alvo de petistas

Dirigentes e parlamentares do PT já começam a pregar, nos bastidores, a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central: dirigentes e parlamentares do PT já começam a pregar sua saída nos bastidores (REUTERS/Paco Chuquiure)
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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2016 às 08h45.

Brasília - Alvejado pela Operação Lava Jato e sob cerco político, o PT está à procura de uma alternativa para enfrentar sua mais grave crise, que ameaça o governo. A aposta para este ano eleitoral reside em uma guinada na economia, mas, diante da perspectiva de aumento dos juros, petistas pressionam cada vez mais a presidente Dilma Rousseff por mudanças na política monetária.

Dirigentes e parlamentares do PT já começam a pregar, nos bastidores, a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, embora não haja decisão do partido sobre o assunto. A prova de fogo de Tombini ocorrerá na primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para as próximas terça e quarta-feiras.

Se a taxa básica de juros, hoje em 14,25%, voltar a subir, Tombini virará uma espécie de "Joaquim Levy" para o PT. Então ministro da Fazenda, Levy caiu em dezembro e foi substituído por Nelson Barbosa, após meses de tiroteio do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, Levy estava com "prazo de validade vencido" porque "só falava em ajuste fiscal" e encarava investimentos sociais como gastos que deveriam ser cortados.

"Se o Banco Central não quiser se adequar, vai repetir o conflito que houve com Levy", afirmou o secretário de Formação Política do PT, Carlos Henrique Árabe. Na avaliação da cúpula petista, mais juros significam mais desemprego e menos renda, uma combinação explosiva para o governo e o partido, após o desgate sofrido com a Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás.

"O Banco Central estará totalmente na contramão do programa que foi eleito em 2014 se elevar os juros", insistiu Árabe. "A equipe precisa marchar no mesmo rumo. Não pode ter uma linha pelo crescimento e outra pelo desemprego. Como vamos ter uma direção do Banco Central que joga no aprofundamento da recessão quando o governo quer se voltar para o crescimento?"

O tema promete esquentar a primeira reunião do ano da Executiva Nacional do partido, no dia 26, pouco depois da decisão do Banco Central sobre os juros. "É claro que, diante da persistência da linha conduzida até agora, a pretexto de combater a inflação, haverá choque não só com o PT, mas com os movimentos sociais", argumentou Árabe, que integra a tendência Mensagem ao Partido, a segunda maior força do PT.

A corrente é liderada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, que pregou a "refundação" do PT em 2005, após o escândalo do mensalão, e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Alvejado pela Operação Lava Jato e sob cerco político, o PT está à procura de uma alternativa para enfrentar sua mais grave crise, que ameaça o governo. A aposta para este ano eleitoral reside em uma guinada na economia, mas, diante da perspectiva de aumento dos juros, petistas pressionam cada vez mais a presidente Dilma Rousseff por mudanças na política monetária.

Dirigentes e parlamentares do PT já começam a pregar, nos bastidores, a saída do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, embora não haja decisão do partido sobre o assunto. A prova de fogo de Tombini ocorrerá na primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para as próximas terça e quarta-feiras.

Se a taxa básica de juros, hoje em 14,25%, voltar a subir, Tombini virará uma espécie de "Joaquim Levy" para o PT. Então ministro da Fazenda, Levy caiu em dezembro e foi substituído por Nelson Barbosa, após meses de tiroteio do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Lula, Levy estava com "prazo de validade vencido" porque "só falava em ajuste fiscal" e encarava investimentos sociais como gastos que deveriam ser cortados.

"Se o Banco Central não quiser se adequar, vai repetir o conflito que houve com Levy", afirmou o secretário de Formação Política do PT, Carlos Henrique Árabe. Na avaliação da cúpula petista, mais juros significam mais desemprego e menos renda, uma combinação explosiva para o governo e o partido, após o desgate sofrido com a Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobrás.

"O Banco Central estará totalmente na contramão do programa que foi eleito em 2014 se elevar os juros", insistiu Árabe. "A equipe precisa marchar no mesmo rumo. Não pode ter uma linha pelo crescimento e outra pelo desemprego. Como vamos ter uma direção do Banco Central que joga no aprofundamento da recessão quando o governo quer se voltar para o crescimento?"

O tema promete esquentar a primeira reunião do ano da Executiva Nacional do partido, no dia 26, pouco depois da decisão do Banco Central sobre os juros. "É claro que, diante da persistência da linha conduzida até agora, a pretexto de combater a inflação, haverá choque não só com o PT, mas com os movimentos sociais", argumentou Árabe, que integra a tendência Mensagem ao Partido, a segunda maior força do PT.

A corrente é liderada pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, que pregou a "refundação" do PT em 2005, após o escândalo do mensalão, e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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