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Delator diz que doação oficial ao PT era dinheiro desviado

Mendonça confirmou a prática de cartel e combinação de divisão de contratos entre empreiteiras fornecedoras da Petrobras

Delação: empresário Augusto Ribeiro Mendonça confirmou a prática de cartel e combinação de divisão de contratos entre empreiteiras fornecedoras da Petrobra (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 11h28.

São Paulo - O empresário Augusto Ribeiro Mendonça, do grupo Setal, voltou a afirmar ontem à Justiça Federal, em Curitiba, que fez doações oficiais ao PT que serviram para ocultar propina do esquema de corrupção na Petrobras .

Delator da Operação Lava Jato , ele foi ouvido na ação penal na qual são réus o presidente da Andrade Gutierrez e executivos do grupo.

"Foram feitas doações oficiais ao PT a pedido do Renato Duque", afirmou Mendonça. Duque era o diretor de Serviços da estatal, sustentado no cargo pelo PT, em especial pelo ex-ministro José Dirceu.

Mendonça confirmou a prática de cartel e combinação de divisão de contratos entre empreiteiras fornecedoras da Petrobras.

Na semana passada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, confirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro também ter feito doações ao partido que ocultaram propina.

O empresário fechou acordo de delação premiada no mês passado com a Procuradoria-Geral da República.

Mendonça já havia entregue à Justiça Federal os recibos de doações partidárias e eleitorais feitas por suas empresas para o PT entre 2008 e 2012, que, segundo ele, ocultaram valores desviados da Petrobras.

O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e Renato Duque - presos preventivamente pela Lava Jato - são apontados como peças centrais da lavagem de dinheiro, que transformava recursos ilegais em legais dentro do sistema oficial de repasses para partidos e campanhas.

Mendonça, Vaccari e Duque são réus em outro processo criminal da Lava Jato, em fase final, que envolve o suposto pagamento dos R$ 4 milhões ao PT.

No material, estão quatro recibos no valor de R$ 500 mil emitidos pelo PT de doações para o Diretório Nacional do partido em 2010.

O valor repassado em 7 de abril, quando era dada a largada para a campanha de Dilma Rousseff, foi o mais alto doado dentro de uma lista de 24 repasses partidários e de campanha listados pelo delator.

Refinarias

Conforme o Ministério Público Federal, teriam sido desviados recursos de duas obras de refinarias (Repar, no Paraná, e Replan, em Paulínia).

Foram beneficiados: o Diretório Nacional, o Diretório da Bahia, o Diretório Municipal de Porto Alegre e o Diretório Municipal de São Paulo. A Andrade Gutierrez foi uma das integrantes dos consórcios que participaram das obras destes empreendimentos.

Primeiro executivo a fazer delação premiada com a Operação Lava Jato, em 2014, Augusto Mendonça confessou que pagou propinas "acertadas com Duque" em forma de doações oficiais.

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São Paulo - O empresário Augusto Ribeiro Mendonça, do grupo Setal, voltou a afirmar ontem à Justiça Federal, em Curitiba, que fez doações oficiais ao PT que serviram para ocultar propina do esquema de corrupção na Petrobras .

Delator da Operação Lava Jato , ele foi ouvido na ação penal na qual são réus o presidente da Andrade Gutierrez e executivos do grupo.

"Foram feitas doações oficiais ao PT a pedido do Renato Duque", afirmou Mendonça. Duque era o diretor de Serviços da estatal, sustentado no cargo pelo PT, em especial pelo ex-ministro José Dirceu.

Mendonça confirmou a prática de cartel e combinação de divisão de contratos entre empreiteiras fornecedoras da Petrobras.

Na semana passada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, confirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro também ter feito doações ao partido que ocultaram propina.

O empresário fechou acordo de delação premiada no mês passado com a Procuradoria-Geral da República.

Mendonça já havia entregue à Justiça Federal os recibos de doações partidárias e eleitorais feitas por suas empresas para o PT entre 2008 e 2012, que, segundo ele, ocultaram valores desviados da Petrobras.

O ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto e Renato Duque - presos preventivamente pela Lava Jato - são apontados como peças centrais da lavagem de dinheiro, que transformava recursos ilegais em legais dentro do sistema oficial de repasses para partidos e campanhas.

Mendonça, Vaccari e Duque são réus em outro processo criminal da Lava Jato, em fase final, que envolve o suposto pagamento dos R$ 4 milhões ao PT.

No material, estão quatro recibos no valor de R$ 500 mil emitidos pelo PT de doações para o Diretório Nacional do partido em 2010.

O valor repassado em 7 de abril, quando era dada a largada para a campanha de Dilma Rousseff, foi o mais alto doado dentro de uma lista de 24 repasses partidários e de campanha listados pelo delator.

Refinarias

Conforme o Ministério Público Federal, teriam sido desviados recursos de duas obras de refinarias (Repar, no Paraná, e Replan, em Paulínia).

Foram beneficiados: o Diretório Nacional, o Diretório da Bahia, o Diretório Municipal de Porto Alegre e o Diretório Municipal de São Paulo. A Andrade Gutierrez foi uma das integrantes dos consórcios que participaram das obras destes empreendimentos.

Primeiro executivo a fazer delação premiada com a Operação Lava Jato, em 2014, Augusto Mendonça confessou que pagou propinas "acertadas com Duque" em forma de doações oficiais.

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