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Defesa pede que Pizzolato não seja usado em caso Battisti

A defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil apelou para a Itália não usar Pizzolato para conseguir a devolução do ex-ativista Cesare Battisti

Henrique Pizzolato: o advogado que defende Pizzolato na Itália enviou uma carta ao ministro da Justiça italiano (Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 18h05.

Genebra - A defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato faz um apelo ao governo italiano para que o país não use o condenado no caso do mensalão para conseguir a devolução do ex-ativista Cesare Battisti.

Nessa quinta-feira, 5, o advogado que defende Pizzolato na Itália, Alessandro Sivelli, enviou uma carta ao ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, com esse argumento.

Em uma carta de seis páginas, a defesa de Pizzolato rejeita qualquer relação com Battisti: "Fiquei sabendo pela imprensa que Henrique Pizzolato poderia ser extraditado para obter Cesare Battisti. Torço para que tais notícias sejam infundadas. Peço ao senhor para tomar sua decisão privilegiando a defesa e o respeito aos direitos fundamentais do indivíduo, direitos esses que o Estado brasileiro não garantiu ao longo do processo e que não é capaz de garantir aos próprios presos, ao invés de eventuais interesses internacionais e de imagem do seu governo", disse Sivelli.

Caberá ao ministro da Justiça italiano a decisão se Pizzolato deve ou não ser extraditado ao Brasil.

Em fevereiro, a Corte de Cassação de Roma deu o sinal verde para que ele seja enviado ao País, rejeitando os argumentos de Sivelli de que as prisões brasileiras representariam uma ameaça para sua integridade física.

O caso, porém, ganhou uma nova dimensão depois que, no Brasil, a Justiça Federal decidiu que Battisti, condenado na Itália por assassinato, deveria ser deportado.

Imediatamente, familiares de vítimas do terrorismo na Itália e integrantes do governo indicaram que deveria haver algum tipo de "reciprocidade" entre os dois casos.

Andrea Orlando chegou a declarar que uma eventual deportação de Cesare Battisti pode abrir espaço para um novo pedido de extradição do ex-ativista.

"Se o procedimento for confirmado, desejamos que ele permita dar origem a uma solicitação de extradição, coisa que já fizemos há tempos", afirmou.

Durante a audiência diante da Corte de Cassação em Roma, foi Sivelli quem levantou o debate sobre Battisti. Diante dos juízes, ele argumentou que a Itália não poderia extraditar Pizzolato porque o Brasil não dava sinais de "reciprocidade" no caso do ex-ativista.

O tom na carta, porém, passou a ser bem diferente.

O advogado insistiu que não seria adequado que o governo se utilizasse de uma eventual extradição de Pizzolato para obter uma vitória política, muito menos se isso ocorre em detrimento dos ""direitos fundamentais de uma pessoa".

A carta volta a insistir que Pizzolato é italiano e que, portanto, não poderia enfrentar a situação das prisões brasileiras.

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Nessa quinta-feira, 5, o advogado que defende Pizzolato na Itália, Alessandro Sivelli, enviou uma carta ao ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, com esse argumento.

Em uma carta de seis páginas, a defesa de Pizzolato rejeita qualquer relação com Battisti: "Fiquei sabendo pela imprensa que Henrique Pizzolato poderia ser extraditado para obter Cesare Battisti. Torço para que tais notícias sejam infundadas. Peço ao senhor para tomar sua decisão privilegiando a defesa e o respeito aos direitos fundamentais do indivíduo, direitos esses que o Estado brasileiro não garantiu ao longo do processo e que não é capaz de garantir aos próprios presos, ao invés de eventuais interesses internacionais e de imagem do seu governo", disse Sivelli.

Caberá ao ministro da Justiça italiano a decisão se Pizzolato deve ou não ser extraditado ao Brasil.

Em fevereiro, a Corte de Cassação de Roma deu o sinal verde para que ele seja enviado ao País, rejeitando os argumentos de Sivelli de que as prisões brasileiras representariam uma ameaça para sua integridade física.

O caso, porém, ganhou uma nova dimensão depois que, no Brasil, a Justiça Federal decidiu que Battisti, condenado na Itália por assassinato, deveria ser deportado.

Imediatamente, familiares de vítimas do terrorismo na Itália e integrantes do governo indicaram que deveria haver algum tipo de "reciprocidade" entre os dois casos.

Andrea Orlando chegou a declarar que uma eventual deportação de Cesare Battisti pode abrir espaço para um novo pedido de extradição do ex-ativista.

"Se o procedimento for confirmado, desejamos que ele permita dar origem a uma solicitação de extradição, coisa que já fizemos há tempos", afirmou.

Durante a audiência diante da Corte de Cassação em Roma, foi Sivelli quem levantou o debate sobre Battisti. Diante dos juízes, ele argumentou que a Itália não poderia extraditar Pizzolato porque o Brasil não dava sinais de "reciprocidade" no caso do ex-ativista.

O tom na carta, porém, passou a ser bem diferente.

O advogado insistiu que não seria adequado que o governo se utilizasse de uma eventual extradição de Pizzolato para obter uma vitória política, muito menos se isso ocorre em detrimento dos ""direitos fundamentais de uma pessoa".

A carta volta a insistir que Pizzolato é italiano e que, portanto, não poderia enfrentar a situação das prisões brasileiras.

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