De férias, Onyx antecipa retorno ao Brasil em meio à crise na Casa Civil
Bolsonaro demitiu o secretários-executivos da Casa Civil, que assumiu a pasta durante as férias do ministro
Agência O Globo
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 14h34.
Brasília - Em meio à crise deflagrada pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir os secretários-executivos e retirar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil, o ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni , resolveu antecipar seu retorno dos Estados Unidos, onde está de férias, ao Brasil. A previsão é que ele esteja em Brasília na manhã desta sexta-feira. O afastamento de Onyx começou no último dia 18 e terminaria no próximo domingo.
A Casa Civil vive um vácuo de comando nos últimos dias. Na terça-feira, Bolsonaro anunciou que iria demitir o então secretário-executivo, Vicente Santini, após ele utilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), primeiro para ir à Suíça e depois à Índia.
Santini comandava interinamente o ministério durante as férias do ministro. Na quarta-feira, pela manhã, foi publicada a exoneração de Santini e a promoção de Fernando Wandscheer de Moura Alves, que era secretário-executivo-adjunto, para secretário-executivo.
Como as férias de Onyx continuavam, Moura passou a atuar como ministro interino. Nessa condição, assinou a nomeação de Santini como assessor especial de relacionamento externo, publicada em edição extra do Diário Oficial na noite de quarta.
Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro anunciou que tornará sem efeito a nova nomeação de Santini e que exonerará Moura, além de esvaziar o ministério com a retirada do PPI, que será transferido para o Ministério da Economia.
Após a decisão anunciada de maneira intempestiva por Bolsonaro, a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ) do Palácio do Planalto, chefiada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, terá trabalho pra cumprir a missão de transferir o PPI da Casa Civil para o Ministério da Economia.
Quem acompanhou a mudança da Secretaria de Governo para a Casa Civil, em junho do ano passado, comenta que a migração não é tecnicamente difícil, mas trabalhosa, e que fica mais complexa por se tratar da estrutura de um órgão que sairá do Palácio do Planalto. Isso porque será preciso alterar os cargos, servidores e estrutura física, por exemplo, o que exigirá olhar atento a cada detalhe.
Ao deixar o Palácio da Alvorada mais cedo, Bolsonaro não quis responder perguntas de jornalistas sobre as exonerações. Ele apenas fez referência à viagem que fará nesta tarde a Belo Horizonte, para ver os efeitos das chuvas dos últimos dias, e disse que outras informações estão em suas "mídias sociais":
"Estou indo agora para Belo Horizonte, o mais aqui está nas minhas mídias sociais, tá ok?".
Em nota, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que a pasta "não tem não tem nenhuma informação a acrescentar nesse momento".