Exame Logo

Cunha será denunciado na Lava Jato nesta semana, diz jornal

Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, é suspeito de receber 5 milhões de dólares em propina

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha: ele pode ser denunciado ainda esta semana pelo Ministério Público Federal (Ueslei Marcelino/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 19 de agosto de 2015 às 16h09.

São Paulo – O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pode ser denunciado pela Ministério Público Federal por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras entre hoje e amanhã. É o que afirmam reportagens do jornal O Globo e O Estado de S. Paulo.

De acordo com informações do jornal, Cunha pode ser denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Se o Supremo Tribunal Federal aceitar a denúncia, o presidente da Câmara pode se tornar réu no caso. Só a partir desse momento, o processo contra ele será aberto.

Cunha começou a ser investigado pela Procuradoria Geral da República em março.

O que pesa contra o presidente da Câmara?

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro em julho, o lobista Júlio Camargo disse que Cunha pediu propina de 5 milhões de dólares para facilitar a assinatura de contratos de navios-sonda entre a Samsung Heavy Industries e a diretoria internacional da Petrobras, que ficava sob a batuta do PMDB.

No mesmo dia, o doleiro Alberto Youssef disse que estava sendo coagido por um deputado "pau mandado" do presidente da Câmara. O peemedebista nega as acusações.

De acordo com o doleiro, os valores eram repassados a Cunha por meio de Fernando Baiano, conhecido como Baiano e apontado como operador do PMDB no esquema investigado pela Operação Lava Jato .

Segundo as investigações, cerca de 54,5 milhões de reais foram depositados por Camargo nas contas indicadas por Baiano.

Ainda segundo Youssef, Cunha teria até usado requerimentos de uma comissão da Câmara para chantagear o lobista da Samsung Heavy Industries a pagar parcelas da propina. A ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) teria assinado os pedidos.

As acusações levaram Cunha a romper relações com o Palácio do Planalto.

São Paulo - Num almoço com empresários realizado nesta segunda-feira, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) usou boa parte do seu discurso para criticar o governo de Dilma Rousseff e defender a independência do Legislativo. Enquanto a plateia almoçava, Cunha alternava na sua fala críticas à política econômica atual com explicações detalhadas sobre o regimento da Casa que comanda desde fevereiro deste ano. A cada comentário mais inflamado - como quando falou sobre a abertura da CPI do BNDES ou sobre seu arrependimento de ter votado a favor da aliança do PMDB com o PT - aplausos enchiam o recinto. Cerca de 500 empresários participaram do encontro - organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). O número, segundo João Dória Jr., que preside a entidade, é maior do que o registrado nos debates com presidenciáveis realizados no ano passado. O clima de “comício” só mudou quando as perguntas dos convidados se voltaram para o “projeto de Cunha para o Brasil”, uma alusão aos boatos de que o parlamentar se candidataria nas próximas eleições. “Não sou candidato a nada”, disse o deputado. “Só sou candidato a cumprir o que prometi na minha campanha”. Questionado sobre os pedidos de impeachment da presidente Dilma que chegaram à Câmara recentemente, ele afirmou que irá analisá-los de forma técnica. "Minha opinião é muito clara e não mudou uma vírgula. O impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral", disse.  Se do lado de dentro sobravam aplausos, do lado de fora do evento, ouviam-se vaias. “Cunha pode esperar. A sua hora vai chegar”, gritava um grupo de estudantes contrários a redução da maioridade penal e a atuação de Cunha. Lava Jato Em depoimento à Operação Lava Jato, o lobista Julio Camargo acusou Eduardo Cunha de receber 5 milhões de dólares de propina. O valor, segundo o delator, seria para garantir a manutenção de contratos com a Samsung, representada por Camargo, com a Petrobras. Um dia depois do depoimento, Cunha negou as acusações e se posicionou diante de dezenas de jornalistas para anunciar o fim das relações com a presidente Dilma Rousseff. “Eu, a partir de hoje, me considero em rompimento pessoal com o governo”. Na tarde desta segunda-feira, Cunha se recusou a responder qualquer pergunta que envolvesse a investigação. “Sigo as orientações do meu advogado”, disse aos jornalistas. “Ele deve achar que falo muito”.
  • 2 /14(Exame.com)

  • Veja também

    .
  • 3 /14(Exame.com)

  • .
  • 4 /14(Exame.com)

    .
  • 5 /14(Exame.com)

    .
  • 6 /14(Exame.com)

    .
  • 7 /14(Exame.com)

    .
  • 8 /14(Exame.com)

    .
  • 9 /14(Exame.com)

    .
  • 10 /14(Exame.com)

    .
  • 11 /14(Exame.com)

    .
  • 12 /14(Exame.com)

    .
  • 13 /14(Exame.com)

    .
  • 14. Veja agora as más notícias que Dilma recebeu recentemente

    14 /14(REUTERS/Bruno Domingos/Files)

  • Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEduardo CunhaEscândalosFraudesOperação Lava Jato

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Brasil

    Mais na Exame