Cunha diz que CPMF está "fadada a derrota fragorosa"
O presidente da Câmara disse que a proposta do governo de recriar a CPMF está "fadada a uma derrota fragorosa", mesmo com o apoio de governadores
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2015 às 17h10.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a proposta do governo federal de recriar a CPMF está "fadada a uma derrota fragorosa", mesmo com o apoio de governadores que foram ao Congresso pedir apoio ao tributo com uma alíquota maior que a proposta pelo governo.
Segundo Cunha, apesar do apoio de governadores, que enxergam na medida uma possibilidade de aumentar as receitas estaduais, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retome a contribuição sobre movimentação financeira enfrentará desafios.
Além da desatriculação da base do governo e a falta de votos, há a demora imposta por ritos regimentais que delimitam prazos mínimos de tramitação da matéria na Casa, avaliou o deputado.
“Eu acho que (o tributo) está fadado a derrota fragorosa”, disse o presidente da Câmara, afirmando que não vai, no entanto, obstruir uma votação sobre o assunto.
“Eu não vejo possibilidade de acabar até 31 de dezembro uma PEC que não tem objeção, que dirá uma com objeção. Esse é o processo legislativo, sem qualquer problema já atrasa, já tem o seu tempo, não tem jeito”, disse.
Uma vez apresentada ao Congresso, a PEC tem a sua tramitação iniciada na Câmara, onde precisa ser aprovada previamente pela CCJ. Depois, tem de ser analisada por uma comissão especial, com prazo de tramitação próprio, e só então é encaminhada para votação em dois turnos no plenário da Casa. Após todo esse trajeto, a proposta segue para o Senado.
"EFEITO NULO"
Para o presidente da Câmara, o governo erra ao colocar os governadores na linha de frente da negociação, e considera que a estratégia política do Executivo tem “efeito nulo”.
“O governo está tentando dividir a derrota com os governadores, jogando os governadores aqui para fazer o papel que governo não consegue fazer, porque não tem uma base articulada”, afirmou Cunha, que apesar de ser do maior partido da base rompeu com o governo depois de ter sido acusado por um delator da Lava Jato de receber propina do esquema de corrupção da Petrobras .
“E o governo de uma certa forma joga a responsabilidade... ‘ se o Congresso não aprovar eu tentei’, não é isso não. O governo tem que resolver o problema do seu déficit independentemente do Congresso, apenas com a sua parte da sua discricionariedade no seu Orçamento.” Estrangulados pela queda na arrecadação e com grandes dívidas, os governadores já haviam declarado que apoiariam a criação da CPMF, desde que uma parte da arrecadação fosse destinada aos Estados.
Mas a proposta apresentada pelo governo federal prevê a volta da CPMF com alíquota de 0,20 por cento, menor do que a aventada inicialmente, com os recursos destinados exclusivamente à União. Ficará a cargo dos governadores a negociação sobre uma alíquota maior.
Cunha disse ter sugerido aos governadores, que se reuniram com parlamentares na Câmara, que tentem obter recursos não pela CPMF, mas a partir de proposta que regulamenta a repatriação de recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita.
IMPEACHMENT
O presidente da Câmara também afirmou que analisará um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a ser protocolado na quinta-feira, dentro do "prazo da razoabilidade”.
Cunha disse só tomará qualquer decisão após responder questão de ordem apresentada na véspera pela oposição.
No questionamento, a oposição pede esclarecimentos sobre procedimentos regimentais em um eventual impeachment, o que pode reduzir a margem de manobras regimentais do governo neste caso.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados , Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a proposta do governo federal de recriar a CPMF está "fadada a uma derrota fragorosa", mesmo com o apoio de governadores que foram ao Congresso pedir apoio ao tributo com uma alíquota maior que a proposta pelo governo.
Segundo Cunha, apesar do apoio de governadores, que enxergam na medida uma possibilidade de aumentar as receitas estaduais, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retome a contribuição sobre movimentação financeira enfrentará desafios.
Além da desatriculação da base do governo e a falta de votos, há a demora imposta por ritos regimentais que delimitam prazos mínimos de tramitação da matéria na Casa, avaliou o deputado.
“Eu acho que (o tributo) está fadado a derrota fragorosa”, disse o presidente da Câmara, afirmando que não vai, no entanto, obstruir uma votação sobre o assunto.
“Eu não vejo possibilidade de acabar até 31 de dezembro uma PEC que não tem objeção, que dirá uma com objeção. Esse é o processo legislativo, sem qualquer problema já atrasa, já tem o seu tempo, não tem jeito”, disse.
Uma vez apresentada ao Congresso, a PEC tem a sua tramitação iniciada na Câmara, onde precisa ser aprovada previamente pela CCJ. Depois, tem de ser analisada por uma comissão especial, com prazo de tramitação próprio, e só então é encaminhada para votação em dois turnos no plenário da Casa. Após todo esse trajeto, a proposta segue para o Senado.
"EFEITO NULO"
Para o presidente da Câmara, o governo erra ao colocar os governadores na linha de frente da negociação, e considera que a estratégia política do Executivo tem “efeito nulo”.
“O governo está tentando dividir a derrota com os governadores, jogando os governadores aqui para fazer o papel que governo não consegue fazer, porque não tem uma base articulada”, afirmou Cunha, que apesar de ser do maior partido da base rompeu com o governo depois de ter sido acusado por um delator da Lava Jato de receber propina do esquema de corrupção da Petrobras .
“E o governo de uma certa forma joga a responsabilidade... ‘ se o Congresso não aprovar eu tentei’, não é isso não. O governo tem que resolver o problema do seu déficit independentemente do Congresso, apenas com a sua parte da sua discricionariedade no seu Orçamento.” Estrangulados pela queda na arrecadação e com grandes dívidas, os governadores já haviam declarado que apoiariam a criação da CPMF, desde que uma parte da arrecadação fosse destinada aos Estados.
Mas a proposta apresentada pelo governo federal prevê a volta da CPMF com alíquota de 0,20 por cento, menor do que a aventada inicialmente, com os recursos destinados exclusivamente à União. Ficará a cargo dos governadores a negociação sobre uma alíquota maior.
Cunha disse ter sugerido aos governadores, que se reuniram com parlamentares na Câmara, que tentem obter recursos não pela CPMF, mas a partir de proposta que regulamenta a repatriação de recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita.
IMPEACHMENT
O presidente da Câmara também afirmou que analisará um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, a ser protocolado na quinta-feira, dentro do "prazo da razoabilidade”.
Cunha disse só tomará qualquer decisão após responder questão de ordem apresentada na véspera pela oposição.
No questionamento, a oposição pede esclarecimentos sobre procedimentos regimentais em um eventual impeachment, o que pode reduzir a margem de manobras regimentais do governo neste caso.