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CPI investigará crimes ambientais em polo industrial no Pará

Investigação tem o objetivo de identificar responsáveis por contaminação dos rios em Barcarena

Polo industrial: estudo identificou elementos químicos tóxicos acima dos padrões recomendados no cabelo dos moradores da região (Manoel Marques/Site Exame)
AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de abril de 2018 às 21h53.

Deputados da Assembleia Legislativa do Pará estiveram nesta semana em Barcarena e constataram indícios de crimes ambientais no pólo industrial do município. Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi instaurada para investigar as causas e os responsáveis pela contaminação de rios. Segundo o relator da CPI, Celso Sabino, a linha de trabalho é identificar os danos ambientais, os possíveis autores dos crimes e as instituições que, por omissão, possam ter contribuído para a contaminação dos rios.

Sabino afirmou que as instalações do polo industrial precisariam ter mais tecnologia, maior zelo e cuidado com o meio ambiente e com as comunidades do entorno. "O que eu posso dizer é que temos muitos indícios, indícios relevantes da prática de crime ambiental, e muita coisa forte por aí."

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Nesta semana, a Faculdade de Química da Universidade Federal do Pará divulgou uma pesquisa que aponta presença de elementos químicos tóxicos acima dos padrões recomendados no cabelo dos moradores das comunidades próximas ao pólo industrial de Barcarena. De acordo com a pesquisadora Simone Pereira, também já foram encontrados resíduos tóxicos na água consumida na região, o que aumentaria o risco de doenças como câncer. Ela ressaltou que as pessoas bebem água contaminada, respiram ar contaminado e ingerem alimentos contaminado. "A tendência é, com o passar do tempo, o quadro ir se agravando."

A Universidade Federal do Pará pediu que o Laboratório Central do estado analise amostras de sangue dos moradores da região para que se confirme a contaminação. A Rádio Nacional procurou a Secretaria de Saúde para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta reportagem, não houve retorno.

Em nota, a empresa Alunorte afirma que não teve acesso aos resultados do estudo, mas diz que análises contratadas pela companhia apontam parâmetros de chumbo, e de qualquer outro metal, abaixo do limite de referência.

Na próxima semana, a CPI que investiga os vazamentos no pólo industrial vai ouvir, em Belém, representantes de comunidades, pesquisadores da Universidade Federal do Pará e do Instituto Evandro Chagas. A prefeitura de Barcarena e as empresas também foram convidadas para prestar depoimentos. A CPI foi criada na semana passada e tem 90 dias para concluir os trabalhos.

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