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CPI da Covid ouve nesta quinta auditor do TCU que criou 'estudo paralelo'

Alexandre Figueiredo incluiu no sistema do tribunal um levantamento para defender a tese de que metade das mortes por covid-19 ocorreram por outros motivos, usada por Bolsonaro

CPI da Covid ouve sócio da Precisa Medicamentos nesta quinta-feira (Marcos Oliveira/Agência Senado)

CPI da Covid ouve sócio da Precisa Medicamentos nesta quinta-feira (Marcos Oliveira/Agência Senado)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 17 de junho de 2021 às 06h00.

A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira, 17, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável por ter elaborado e incluído no sistema da Corte um estudo paralelo no qual alega que metade das mortes por covid-19 ocorreram por outros motivos.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu nesta quarta-feira, 16, um habeas corpus para que Alexandre possa ficar em silêncio na CPI. Ele não precisará responder as perguntas e poderá ser acompanhado de um advogado.

O documento falso elaborado por Alexandre serviu de base para que o presidente Jair Bolsonaro dissesse a apoiadores, no último dia 7, que “em torno de 50% dos óbitos do ano passado por covid não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União”. Bolsonaro admitiu o “erro”, no dia seguinte, depois que o TCU desmentiu a informação.

Segundo um dos requerimentos de convocação de Alexandre, apresentado por Humberto Costa (PT-PE), o auditor fazia parte da secretaria do TCU que lida com inteligência e combate à corrupção e começou a trabalhar no “estudo” no ano passado. Amigo da família Bolsonaro, Alexandre acompanhava compras relacionadas à pandemia no TCU.

Após o caso do estudo falso vir à tona, o tribunal afastou o auditor da função. Alexandre ainda poderá sofrer punições administrativas, que serão decididas em um processo interno do órgão. O TCU pediu ainda à Polícia Federal que investigue o caso.

Carlos Wizard

Também está marcado para esta quinta-feira o depoimento do empresário Carlos Wizard, mas ele está nos Estados Unidos e não deve comparecer à CPI. Apontado como integrante do "gabinete paralelo" do presidente Jair Bolsonaro, ele é defensor do uso de cloroquina para covid-19, apesar de o medicamento não ter eficácia para a doença.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF, concedeu a Wizard, nesta quarta-feira, 16, o direito de ficar em silêncio e não produzir provas contra si. A defesa do empresário pediu aos senadores que ele pudesse ser ouvido virtualmente, mas a solicitação não foi aceita.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), cogita a possibilidade de pedir a condução coercitiva de Wizard, caso ele se recuse a prestar depoimento. O colegiado aprovou nesta semana a quebra do sigilo telefônico, telemático, bancário e fiscal do empresário.

 

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