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CPI da Covid: Nise Yamaguchi nega tentativa de mudar bula da cloroquina

Depoimento contradiz presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, que disse que a médica defendeu a alteração em reunião no Palácio do Planalto

Médica Nise Yamaguchi, em depoimento à CPI da Covid (Jefferson Rudy/Agência Senado)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 1 de junho de 2021 às 13h20.

Última atualização em 1 de junho de 2021 às 13h26.

Em depoimento à CPI da Covid , nesta terça-feira, 1º, a médica Nise Yamaguchi negou que partiu dela a ideia de mudar a bula da cloroquina, para acrescentar recomendação de uso em casos de covid-19 . Segundo ela, não foi apresentada nenhuma minuta de decreto com esse objetivo quando ela esteve no Palácio do Planalto.

A declaração contradiz dois depoimentos: do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, que disse à CPI que Nise defendeu a alteração, e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O segundo não mencionou Nise, mas afirmou que, em reunião no Planalto, haviana mesa "um papel não timbrado de um decreto presidencialpara que fosse sugerido que se mudasse a bulada cloroquina na Anvisa".

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Os dois confirmaram que a sugestão de alteração da bula teria sido apresentada em uma reunião no Palácio do Planalto, em 6 de abril de 2020, na forma de uma minuta de decreto presidencial. Perguntada pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se havia elaborado a minuta, Nise negou. “De forma alguma. Não”, disse.

“Eu não fiz nenhuma minuta. Inclusive, eu não conhecia esse papel”, afirmou a médica, defensora do tratamento precoce para covid-19. Segundo ela, não houve nenhuma tentativa de mudar a bula da cloroquina naquela reunião. "Não existiu ideia de mudança de bula por minuta nem por decreto", afirmou.

Renan perguntou, então, se o presidente da Anvisa mentiuao afirmar queNise defendeu a mudança da bula e recebeu uma resposta contrária. No depoimento, Barra Torres disse que a minuta"foi comentada pela doutora Nise Yamaguchi". Ele afirmou que a reação dele foi "até um pouco deseducada ou deselegante", ao negar a possibilidade.

"Eu acho que ele [ Barra Torres ], pelo menos, deveria, então, apresentar a minuta porque, nesse momento, não houve minuta de mudança de bula", reforçou Nise. "Depois da reunião, eu descobri que eles estavam falando de uma minuta. E essa minuta não falava de bula, falava da possibilidade de haver uma disponibilização de medicamentos", disse.

 

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