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Covid: dia D de alta de casos está perto, diz secretário de saúde de SP

Com rede de saúde já sobrecarregada, capital e outras cidades do Brasil devem registrar novos recordes de infecções por volta do dia 20

Enfermeira trabalha em UTI de hospital da Grande São Paulo: dia D da covid está próximo (Amanda Perobelli/Reuters)

Enfermeira trabalha em UTI de hospital da Grande São Paulo: dia D da covid está próximo (Amanda Perobelli/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 15h33.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 11h33.

As aglomerações de final de ano devem se traduzir em um aumento preocupante de novos casos da covid por volta do dia 20. "A situação já está bem grave e na próxima semana deveremos assistir a uma alta ainda maior de pacientes internados com a covid", diz Edson Aparecido, secretário municipal de saúde de São Paulo.

Segundo o secretário, por enquanto não se cogita a reabertura dos hospitais de campanha. Medidas mais restritivas, como o fechamento de bares, também não devem ser colocadas em prática tão já.

Aparecido não é  única autoridade de saúde do país a apontar a próxima semana como um marco para o novo pico do coronavírus. O governo da Bahia também está considerando que os próximos dias deverão representar um divisor de águas (para pior) nas internações causadas pela covid.

Uma das preocupações dos gestores é que as cidades menores não tenham condições de atender um maior número de pacientes e precisem transferi-los para centros urbanos com uma capilaridade mais abrangente do sistema de saúde, sobrecarregando ainda mais as capitais.

No município de São Paulo, cerca de 20% das pessoas hospitalizadas com covid são atualmente de localidades do interior ou de cidades próximas à capital. Em Guarulhos, segunda cidade mais populosa do estado, a lotação de UTis já chegou a 93%. Com isso, a tendência é que os hospitais da cidade não tenham mais recursos para receber novos pacientes.

Na capital paulista, tanto a rede pública de saúde como os hospitais particulares já vêm presenciando uma alta de internações causada pela covid. No hospital Albert Einstein, a lotação de leitos comuns voltados a pacientes ao coronavírus é de 93%. No Sírio-Libanês, a ala de UTI dedicada à covid apresenta 90% de ocupação.

No interior do estado, cidades como Marília e Socorocaba já não têm vagas nas UTIs da rede pública. Em Bauru, a lotação passa de 90%. Em Ribeirão Preto, a situação também é preocupante, com 84% dos leitos de UTI ocupados. Campinas vive um panorama parecido, com mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI dedicados a pacientes com covid. "Nessa segunda onda da covid, há um aumento do número de casos tanto no interior como nas capitais, o que não aconteceu na crise de 2020", afirma Aparecido.

Secretários de saúde de outras capitais fazem uma análise semelhante. Em Belém, a expectativa também é de um agravamento sério do cenário da covid na terceira semana do mês, com o sistema de saúde sobrecarregado em várias partes do Pará. Em toda a Grande Belém, quase 100% dos leitos de UTI para pacientes do coronavírus já estão lotados.

No Rio de Janeiro, onde houve várias festas de final de ano na praia, a expectativa é a mesma. A cidade tem 90% das UTIs lotadas. Por enquanto, o prefeito Eduardo Paes (DEM) resolveu não tomar nenhuma medida de maior restrição a atividades não essenciais. Um novo aumento de casos é aguardado para a semana que vem.

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