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Coronavírus: sete em cada dez brasileiros não pretendem voltar ao trabalho

Pesquisa internacional aponta que o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking dos países com mais medo de reassumir trabalho e estudo

Ruas vazias em São Paulo (Eduardo Frazão/Exame)

Ruas vazias em São Paulo (Eduardo Frazão/Exame)

CA

Carla Aranha

Publicado em 28 de maio de 2020 às 20h12.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 10h19.

Com o número de mortes por coronavírus batendo recordes diários no Brasil, os brasileiros não parecem nem um pouco dispostos a reassumir a rotina de trabalho, estudos e outras atividades cotidianas enquanto durar a crise, como mostra uma pequisa do Instituto Ipsos. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking dos países em que a população têm mais medo de ir para a rua e reassumir o padrão de atividades pré-pandemia. A pesquisa foi realizada com 16 mil pessoas de 16 países entre os dias 7 e 10 de maio.

Sete em cada dez brasileiros (68%) afirmaram que preferem não retornar aos seus locais de trabalho nas próximas semanas, com ou sem reabertura econômica. Com o aumento expressivo de casos confirmados da covid-19 no Brasil, que já ultrapassa a marca de 411.820 pessoas contaminadas, o páis só está atrás dos Estados Unidos entre os países com a maior propagação da doença.

No segundo lugar do ranking dos países mais resistentes à ideia de voltar ao trabalho e a atividades cotidianas está a Espanha, com 56% dos entrevistados afirmando que se sentem desconfortáveis com a hipótese de colocar os pés na rua. Na África do Sul, que passou de pouco mais de 2.100 casos confirmados no dia 12 de abril para 26.000 na última terça-feira, dia 26, mais da metade da população têm medo voltar a frequentar o escritório.

Nos países que adotaram testes em massa e conseguiram manter a pandemia sob controle, como a Coreia do Sul, o cenário é o oposto. Apenas 18% dos sul-coreanos dizem que têm temor em voltar aos seus locais de trabalho.

Para os brasileiros, a volta às aulas das crianças e adolescentes também está fora de cogitação para 85% das famílias. É o maior índice entre os países pesquisados.

A objeção também é alta na África do Sul e na Espanha. Em ambos os países, 80% dos entrevistados não se sentem confortáveis em deixar seus filhos voltarem aos bancos escolares. Na Itália, essa realidade não é muito diferente: 78% dos italianos preferem que os filhos fiquem em casa nesse momento.

 

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