Chuvas no RS: 74 municípios sofreram danos por alagamentos e deslizamentos nos últimos 10 dias
Os temporais levaram ainda uma frente fria intensa ao Rio Grande do Sul, que deve durar toda a semana, e têm contribuído para a elevação do nível do Guaíba
Agência de notícias
Publicado em 24 de junho de 2024 às 16h23.
Última atualização em 24 de junho de 2024 às 16h57.
Do dia 14 de junho até esta segunda-feira, 74 municípios gaúchos reportaram à Defesa Civil do Rio Grande do Sul danos em virtude de alagamentos, inundações e deslizamentos de terra.
Na última semana, fortes temporais com granizo atingiram o estado e destelharam casas, comércios e órgãos públicos. Confira abaixo como cada cidade foi afetada.
Tipos de ocorrências
- Arroio do Tigre: uma tempestade de granizo atingiu 250 casas. Equipes da prefeitura estão mobilizadas na distribuição de lonas.
- Cachoeira do Sul: as chuvas deixaram 46 pessoas desabrigadas e 49 desalojadas.
- Cruzeiro do Sul: o transbordamento de arroios resultou no alagamento de casas e ruas. Cerca de 348 moradores ficaram desalojados.
- Dom Pedro de Alcântara: ocorreu um movimento de massa que ocasionou o desmoronamento de uma comunidade religiosa, sem registro de feridos.
- Estrela: o transbordamento de arroios resultou no alagamento de casas e ruas. Cerca de 184 moradores ficaram desalojados e outros 104 desabrigados.
- Igrejinha: as chuvas deixaram 58 pessoas desabrigadas e 70 desalojadas.
- Lagoão: uma tempestade de granizo atingiu 300 casas. Equipes da prefeitura estão mobilizadas na distribuição de lonas.
- Maquiné: o distrito de Barra do Ouro ficou ilhado, deixando cerca de 2 mil pessoas sem acesso a ERS-484 e ERS-239. Ao menos 20 moradores ficaram desabrigados.
- Montenegro: as chuvas deixaram 200 pessoas desabrigadas e 1.200 desalojadas.
- Nova Santa Rita: as chuvas deixaram 20 desalojados.
- Parobé: a cidade registrou alagamentos nos bairros XV de junho, Paraíso, Mariana e Loteamento São João (Santa Cristina do Pinhal). Cerca de 60 pessoas ficaram desabrigadas e outras 150 desalojadas.
- Rio Pardo: com as chuvas, 11 pessoas precisam ser removidas de áreas de risco.
- Rolante: os temporais causaram obstrução de vias e deslizamentos. Três pessoas ficaram desabrigadas.
- Santa Cruz: foi registrada a queda de duas árvores, um deslizamento de terra e diversas inundações.
- Santa Tereza: em virtude do grande acumulado de chuvas que atingiram o município, houve registro de elevação do nível do Rio Taquari, que alagou casas, praças e demais instalações na parte baixa da cidade.
Cerca de 68 moradores ficaram desalojados
- São Jerônimo: foram registrados alagamentos e inundações no bairro Picada e Cidade Verde. Há 86 pessoas desabrigadas e 600 desalojadas.
- São Luiz Gonzaga: 400 pessoas ficaram desalojadas, uma ferida e cerca de 15 mil afetadas.
- Sapiranga: a prefeitura realizou o resgate de 17 pessoas desabrigadas para o ginásio de uma escola. Há o registro de outras 112 desalojadas.
- Sapucaia do Sul: a cidade teve pontos de alagamentos e enchente na região ribeirinha. Há 14 pessoas desabrigadas e 80 desalojadas.
- Segredo: a tempestade de granizo causou danos em 131 residências. Equipes da prefeitura foram mobilizadas na distribuição de lonas.
- Taquara: além da obstrução de vias, há 24 pessoas desabrigadas e 50 desalojadas.
- Triunfo: chuvas ocasionaram alagamento em diversas residências. Há 35 pessoas desabrigadas e 110 desalojadas.
- Três Coroas: há oito pessoas desabrigadas e 120 desalojadas.
Os demais municípios afetados registraram chuvas intensas, alagamentos e inundações pontuais, e destelhamentos.
Elevação do Guaíba
As chuvas levaram ainda uma frente fria intensa ao Rio Grande do Sul, que deve durar toda a semana, e têm contribuído para a elevação do nível do Guaíba. Na última atualização da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), às 12h, o lago estava em estágio de alerta com altura de 3,35 metros, 25 centímetros abaixo da cota de inundação.
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta a manutenção dos níveis do Guaíba acima da cota de alerta, de 3,15 metros, nos próximos dias, com episódios de oscilação e possíveis elevações adicionais.
Os pesquisadores apontam que a redução para abaixo do nível de alerta deve ocorrer apenas ao final da semana, a depender dos ventos, chuvas previstas e volumes afluentes dos rios. Segundo o instituto, as previsões meteorológicas mais atualizadas indicam tempo chuvoso ao longo dos próximos dez dias.
O IPH recomenda atenção especial a população afetada, ações para a limpeza das áreas afetadas e restabelecimento o quanto antes das estruturas de proteção em precaução a alagamentos e inundações futuras.