Chuvas no Rio Grande do Sul: estado sofre com enchentes e deslizamentos (Gustavo Ghisleni/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 6 de maio de 2024 às 14h15.
Última atualização em 7 de maio de 2024 às 17h03.
O governo do Rio Grande do Sul anunciou que vai gastar R$ 117,7 milhões para reconstrução das estradas impactadas pelas fortes chuvas que ocorrem no estado desde a semana passada. Segundo decreto publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE), serão destinados R$ 92 milhões do crédito suplementar para restauração e reparos gerais nas vias estaduais, além de R$ 13 milhões para obras de ligações regionais.
"Com a medida, o governo pretende acelerar a disponibilidade de recursos para lidar com a emergência nas estradas, o que contribui para melhorar a assistência às comunidades afetadas e a destravar a mobilidade rodoviária no Rio Grande do Sul", diz a gestão de Eduardo Leite (PSDB), em nota.
Além do impacto na infraestrutura, os temporais já deixaram 83 mortos confirmados, 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas até esta segunda-feira (6). As chuvas, que começaram em 27 de abril, ganharam força no dia 29 e já afetaram mais de 850 mil pessoas em território gaúcho, de acordo com o último boletim da Defesa Civil.
Mais de 121 mil pessoas estão desalojadas e outros 19 mil estão em abrigos. A marca já supera a última tragédia ambiental no estado, em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram.
Para o início da semana, a previsão é de melhora nas chuvas. No entanto, o Comando Militar do Sul (CMS) comunicou que deve haver queda de temperatura no Rio Grande do Sul a partir da próxima quarta-feira (8), o que pode provocar um aumento nos casos de hipotermia de pessoas isoladas pelas chuvas que aguardam resgate, além de dificultar as condiçõs de resgate e evacuação. Em algumas áreas do estado, de acordo com o CMS, a temperatura pode baixar para até 10°C em algumas regiõs do estado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na coletiva, assim como os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ministros. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), também presente, informou que 70% da capital gaúcha está sem água. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou em “cenário de guerra”.
Lula afirmou que “não haverá impedimento da burocracia” para a recuperação do estado e prometeu a Leite que o governo federal irá recuperar as estradas estaduais.
O presidente viajou com a primeira-dama, Janja, e 13 ministros, incluindo Rui Costa (Casa Civil), José Mucio (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Nísia Trindade (Saúde) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima). Os ministros da Integração Nacional, Waldez Góes, e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, já estavam no Rio Grande do Sul desde sábado para instalar um escritório em Porto Alegre.
Lula disse que cobrou de Marina Silva um plano de prevenção de desastres para que o governo “pare de correr atrás da desgraça”.
— É impossível discutir a questão do clima sem trazer a Marina, que está compromissada a me apresentar um plano de prevenção de acidentes climáticos. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça.