Chanceler da Bolívia confirma recepção de carta e pede diálogo na Unasul
Seis governos da região, incluindo o brasileiro, não participarão das atividades da entidade até a designação de um novo secretário-geral
EFE
Publicado em 20 de abril de 2018 às 20h14.
Última atualização em 26 de abril de 2018 às 18h39.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia , Fernando Huanacuni Mamani, confirmou à Agência Efe que recebeu uma carta assinada por seis governos, entre eles o do Brasil, que informa a suspensão da participação desses países nas atividades da União de Nações Sul-Americanas ( Unasul ) até a designação de um novo secretário-geral.
"A carta chegou na noite de quarta-feira à embaixada da Bolívia em Quito (onde está a sede da Unasul)", confirmou o ministro.
O chanceler da Bolívia, país que assumiu hoje a presidência rotativa da Unasul, afirmou que os seis países deixarão de participar das reuniões das instâncias da Unasul até que, entre outras coisas, um novo secretário-geral seja designado.
O posto está vago desde o início de 2017, quando terminou o mandato do ex-presidente colombiano Ernesto Samper. Desde então, os países não chegaram a um acordo sobre quem ocupará o cargo. Até agora, a única candidatura é a do diplomata argentino José Octavio Bordón, que não obteve apoio suficiente substituir Samper.
Huanacuni negou que os seis países que assinaram a carta - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru - tenham citado no documento a possibilidade de deixar a Unasul no futuro.
O chefe da diplomacia boliviana pediu diálogo para resolver a crise e antecipou que deve convocar uma reunião extraordinária dos ministros de Relações Exteriores em maio para resolver a questão.
"Estamos buscando uma reunião extraordinária de chanceleres da Unasul para que, com o diálogo de alto nível, possamos viabilizar a escolha do novo secretário-geral", disse Huanacuni.
"É preciso saber dialogar. Portanto, essa reunião de alto nível vai resolver esses problemas", completou o chanceler, que revelou que a Bolívia ainda não respondeu a carta dos seis países.
"Isso não é uma decisão ou postura unilateral. Tem que ser pactuada com os países. Estamos dialogando com os outros chanceleres sobre como será essa resposta", concluiu.