Censo 2022: metade das pessoas que moram em abrigos para pessoas em situação de rua está em SP
Das 11.295 pessoas que vivem nesses locais, 5.712 estão em São Paulo
Agência de notícias
Publicado em 6 de setembro de 2024 às 11h19.
Última atualização em 6 de setembro de 2024 às 11h22.
Mais de 800 mil pessoas no Brasil moram em domicílios coletivos, que são residências em instituições regidas por normas administrativas, como presídios, orfanatos, asilos, alojamentos e clínicas.De acordo com o Censo 2022, dentro dessa categoriahá 11.295 pessoas que vivem em abrigos destinados à população de rua. Metade dessa população está no estado de São Paulo.
OCensoidentificou que 837 mil pessoas, ou 0,4% da população, têm como residência principal esses domicílios coletivos. Em 2010, eram 682 mil brasileiros nessa situação, o que representa que houve um aumento de 22%.
Os moradores de Penitenciárias são a grande maioria: 479 mil, mais da metade do total. Para ter sido considerado um residente nesses casos, o Censo contabilizou pessoas que já têm condenação ou que estavam há pelo menos 12 meses preso. Assim, adotou-se um padrão, já que a população carcerária é bastante dinâmica.
Em seguida, o tipo com mais moradores foi “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos”, com 161 mil pessoas, ou 0,1% da população brasileira. Mais de 80% dessas pessoas estão no Sul e no Sudeste do país, regiões mais envelhecidas e com maior oferta dessas instituições.
Essa é a primeira vez que o IBGE divulga dados de idade, sexo e alfabetização dos moradores destes tipos de domicílios. Assim,observou-se que 96% dos moradores de penitenciárias são homens.Os asilos são os únicos domicílios coletivos onde as mulheres são maioria: 59.8%
Entre a distribuição regional, algumas concentrações se destacam. Como o caso de São Paulo, que tem a metade de todos os moradores de abrigos destinados à população de rua. A estatística reflete a posição do estado no ranking do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da UFMG. Segundo esse levantamento, das 300 mil pessoas em situação de rua no país, 80 mil estariam no estado paulista.
Outra porcentagem relevante é que quase um terço (30%) da população de abrigos para grupos vulneráveis, o que inclui locais para refugiados, está no estado de Roraima, que é destino de muitos venezuelanos.
A estatística divulgada nesta sexta, 6, junto com a de domicílios improvisados não consegue mensurar a população de rua, pois não é o objeto do Censo. Mas os números revelam traços da realidade de populações vulneráveis.