Brasileiro descumpre leis, mas desaprova quem faz o mesmo
Pesquisa da FGV revela que 60% dos brasileiros consomem CDs e DVDs piratas, mas 91% consideram o comportamento errado. Algo parecido ocorre com dirigir alcoolizado
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2013 às 11h20.
São Paulo – Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas divulgada hoje revela um comportamento curioso de parte dos brasileiros: a capacidade de, ao mesmo tempo em que é capaz de transgredir leis , julgar tal comportamento, feito por qualquer pessoa, como moralmente errado. Os exemplos vão de comprar DVDs piratas a dirigir alcoolizado.
Como exemplo, 60% dos brasileiros confirmaram à FGV o consumo de CDs e DVDs piratas nos últimos 12 meses. Mas questionados sobre como vem a compra dos produtos, 91% julgam que o ato é errado ou muito errado.
A segunda questão foi feita em um momento diferente da entrevista e se referia às percepções do indivíduo em relação ao comportamento da sociedade em geral.
Ou seja, em termos matemáticos, vê-se que parte dos entrevistados descumpre a legislação, mas ao menos fica com a consciência pesada.
Na mesma direção, mas em menor grau, 14% admitiram ter dirigido depois de consumir bebida alcoólica. Mas 99% das pessoas consideram esse tipo de comportamento errado.
Em relação a cruzar a rua fora da faixa de pedestre, 72% admitiram que o fizeram, enquanto 94% consideram errado ou muito errado.
O estudo da FGV lança o Índice de Percepção do Cumprimento da Lei (IPCL), cujo objetivo é medir a “relação do indivíduo com o Estado de direito, observando o respeito daquele às leis, bem como as autoridades que devem fazer com as leis sejam cumpridas”.
O quadro não é muito animador: 82% dos brasileiros acham que é “fácil desobedecer às leis” no país.
O IPCL foi dividido em duas partes: uma questiona o comportamento direto do individuo – o que fez ou não -, a outra, busca as impressões dele em relação ao cumprimento das leis pela sociedade e a confiança depositada nos agentes públicos.
É nessas duas categorias que surge o leve disparate relatado acima: alguns consideram o comportamento errado, embora o pratiquem.
Uma correlação clara no estudo é que atitudes como a compra de produtos piratas ou atravessar fora da faixa de pedestre, bastante comuns, são acompanhadas da impressão de que é pouco provável que alguém seja punido por essas condutas.
A pesquisa foi realizada com 3.300 pessoas no final do ano passado e no primeiro trimestre de 2013, com entrevistas em 8 unidades da federação (Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal).
São Paulo – Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas divulgada hoje revela um comportamento curioso de parte dos brasileiros: a capacidade de, ao mesmo tempo em que é capaz de transgredir leis , julgar tal comportamento, feito por qualquer pessoa, como moralmente errado. Os exemplos vão de comprar DVDs piratas a dirigir alcoolizado.
Como exemplo, 60% dos brasileiros confirmaram à FGV o consumo de CDs e DVDs piratas nos últimos 12 meses. Mas questionados sobre como vem a compra dos produtos, 91% julgam que o ato é errado ou muito errado.
A segunda questão foi feita em um momento diferente da entrevista e se referia às percepções do indivíduo em relação ao comportamento da sociedade em geral.
Ou seja, em termos matemáticos, vê-se que parte dos entrevistados descumpre a legislação, mas ao menos fica com a consciência pesada.
Na mesma direção, mas em menor grau, 14% admitiram ter dirigido depois de consumir bebida alcoólica. Mas 99% das pessoas consideram esse tipo de comportamento errado.
Em relação a cruzar a rua fora da faixa de pedestre, 72% admitiram que o fizeram, enquanto 94% consideram errado ou muito errado.
O estudo da FGV lança o Índice de Percepção do Cumprimento da Lei (IPCL), cujo objetivo é medir a “relação do indivíduo com o Estado de direito, observando o respeito daquele às leis, bem como as autoridades que devem fazer com as leis sejam cumpridas”.
O quadro não é muito animador: 82% dos brasileiros acham que é “fácil desobedecer às leis” no país.
O IPCL foi dividido em duas partes: uma questiona o comportamento direto do individuo – o que fez ou não -, a outra, busca as impressões dele em relação ao cumprimento das leis pela sociedade e a confiança depositada nos agentes públicos.
É nessas duas categorias que surge o leve disparate relatado acima: alguns consideram o comportamento errado, embora o pratiquem.
Uma correlação clara no estudo é que atitudes como a compra de produtos piratas ou atravessar fora da faixa de pedestre, bastante comuns, são acompanhadas da impressão de que é pouco provável que alguém seja punido por essas condutas.
A pesquisa foi realizada com 3.300 pessoas no final do ano passado e no primeiro trimestre de 2013, com entrevistas em 8 unidades da federação (Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal).