Brasileiro defende meritocracia, mas faltam políticas públicas de inclusão
População apoia a ideia de que as pessoas sejam reconhecidas por sua capacidade profissional, mas acredita também que são necessárias políticas de inclusão para minorias e os mais pobres
Fabiane Stefano
Publicado em 13 de junho de 2021 às 16h00.
Última atualização em 15 de junho de 2021 às 10h06.
Seis em cada dez brasileiros apoiam a ideia de meritocracia e acreditam que os profissionais sejam valorizados exclusivamente por sua capacidade - e não por questões relacionadas a gênero, cor ou sexualidade. Os dados fazem parte de um estudo do IDEIA, instituto de pesquisa de opinião pública, feito com exclusividade para a sexta edição do Brazil Forum UK 2021, evento que é promovido pela comunidade de estudantes brasileiros no Reino Unido.
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A pesquisa, que ouviu 1.242 pessoas em todo o país, mostra também que para 57% dos entrevistados o governo e as empresas dvem promover políticas e programas de incentivo para os grupos menos favorecidos na sociedade, como vagas reservadas para minorias e treinamentos específicos. Apenas 9% são contrárias a essa ideia, enquanto que 34% não sabem ou não concordam nem discordam.
“A pesquisa traz um importante elemento de percepção: a dissonância cognitiva entre a expectativa de meritocracia e a falta de políticas de inclusão. Esse tem sido um constante atrito no imaginário da opinião pública”, diz Maurício Moura, fundador do IDEIA e professor da Universidade George Washington, nos Estados Unidos.
Essa contradição aparece em dados como o que mostra que, para 51% da população, as políticas de inclusão e representatividade não apenas foquem em incluir pessoas desfavorecidas no mercado de trabalho, mas também as ajudem a alcançar cargos mais altos , como gerências e diretorias.
Assim como, 52% acham que é preciso ampliar as atuais políticas de inclusão de negros, mulheres, LGBTQ+ e deficientes físicos nas empresas e instituições de governo. Por outro lado, 35% acham que não dever haver interferência na aplicação de políticas públicas de inclusão tanto no setor público como no privado.
O estudo mostra também que os brasileiros também são sensíveis aos fatores que podem reduzir a desigualdade entre as pessoas. Investimento em educação de base é o item mais citado pelos entrevistados, seguido de acesso dos mais pobres a serviços e bens de qualidade e de investimento em capacitação profissional.
"Há um consenso sobre o diagnóstico das prioridades e educação básica aparece fortemente. O que não é óbvio para a opinião pública são os caminhos para encontrar uma solução", diz Moura, do IDEIA.
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