Brasil recua em recomendação de restringir cruzeiros e de isolamento
O Ministério de Saúde também excluiu a sugestão de isolamento voluntário de pessoas que chegam de viagens, devido a "dificuldade operacional de implantação"
Reuters
Publicado em 15 de março de 2020 às 14h50.
Última atualização em 15 de março de 2020 às 20h56.
- O Ministério da Saúde decidiu retirar "para revisão e ajuste" uma recomendação de restrição a cruzeiros no país, além de ter excluído também sugestão de isolamento voluntário de pessoas que chegam de viagens devido à "dificuldade operacional de implantação", segundo boletim do Ministério da Saúde no sábado.
O documento, que traz uma "errata" com essas informações, afirma que identificou "pontos para aprimoramento" após sugestões recebidas de Estados e municípios.
Em relação a cruzeiros, a pasta apontou que sua recomendação "será revista para tornar o texto claro e garantir os direitos e segurança dos consumidores".
O recuo leva em conta "a necessidade de diferenciação entre os cruzeiros em trânsito, dos cruzeiros que ainda não iniciaram e que podem atuar como ambiente de risco durante o período de maior transmissibilidade da doença, podendo conferir risco aos passageiros em alto mar", acrescentou.
Para evitar a transmissão local do vírus, o Ministério da Saúde recomendou restrição de contato social para "idosos e doentes crônicos" nas cidades onde já houve infecção local ou comunitária, propondo também que se vacinem contra "influenza".
Para eventos com aglomerações, incluindo governamentais, políticos, artísticos e culturais, a pasta afirmou que organizadores ou responsáveis devem notificar a secretaria de saúde local e disponibilizar locais para que as pessoas lavem as mãos com frequência, além de oferecer álcool gel.
A pasta não fala em restrições, mas sugere que organizadores considerem "a possibilidade de adiar ou cancelar", recomendando também que eventos possam ocorrer "virtualmente e sem platéia ou público, evitando a concentração de pessoas".
O boletim do ministério também sugere que em áreas com transmissão comunitária do vírus se incentivem as pessoas a trabalhar de casa e realizar reuniões virtuais, bem como a adoção de horários alternativos de trabalho para reduzir o fluxo em horários de pico.
Instituições de ensino nessas regiões devem "planejar a antecipação de férias... ou uso de ferramentas de ensino a distância", segundo o documento.
Declarações de quarentena devem ocorrer nessas áreas caso seja atingida a marca de 80% de ocupação dos leitos de UTI disponíveis para resposta ao coronavírus, acrescenta o boletim.
(Por Luciano Costa)