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Brasil deve rever participação do Mercosul, diz Furlan

O ex-ministro do Desenvolvimento afirmou que o país está afastado dos acordos de comércio mundiais

Furlan: "o Mercosul está estagnado", justificou (J. F. DIORIO)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 12h59.

São Paulo - O ex-ministro do Desenvolvimento e membro do Conselho de Administração da BRF , Luiz Fernando Furlan, afirmou que o Brasil está afastado dos acordos de comércio mundiais e deveria rever suas políticas nessa área, incluindo a participação no Mercosul.

"O Mercosul está estagnado, talvez esteja na hora do Brasil declarar independência do grupo", afirmou, lembrando que a oposição da Argentina impediu por duas vezes nos últimos anos que o bloco assinasse acordos comerciais com a União Europeia.

Segundo ele, com essa "independência", o Brasil poderia assinar acordos bilaterais com outros países e blocos, sem precisar do aval unânime dos integrantes do Mercosul, como acontece agora.

Furlan argumenta que, ao mesmo tempo em que o Brasil patina em acordos, nossos vizinhos "nadam de braçada". Ele citou o caso do Peru, que, mesmo tendo um presidente esquerdista, cresce mais do que o Brasil e com inflação menor, atraindo investimentos, além de participar da aliança de países do Pacífico.

"Nós não podemos achar que isoladamente vamos ganhar a guerra. Não vamos, vamos perder", afirmou durante o Fórum Estadão - Brasil Competitivo.

Logística

O ex-ministro também criticou os altos custos para transporte de produtos agrícolas das regiões produtoras até os portos e considerou que o problema "é relativamente fácil de se resolver" por meio de parcerias com a iniciativa privada, embora tenha ponderado que há questões políticas e ideológicas envolvidas.

O empresário citou como exemplo a estrutura de rodovias privatizadas em São Paulo, que "pode ser comparada com a de primeiro mundo".

"Acho difícil que uma pessoa compreenda que a saca de milho em Mato Grosso custe metade do que ela vale no porto", comentou.

"Os custos de pegar o produto na fazenda, secar, colocar no caminhão, levar para o porto e colocar no navio excedem o valor original intrínseco do produto", lamentou.

Para o empresário, esta equação prejudica os produtores, uma vez que "o preço internacional não muda pela ineficiência da logística brasileira".

Furlan ainda destacou a necessidade de o Brasil elevar as exportações de produtos com maior valor agregado.

"Nos orgulhamos de ser o maior produtor de café do mundo, mas algum de vocês já conseguiu comprar café do Brasil num supermercado no exterior?".

Ele destacou a BRF como um exemplo de companhia que exporta produtos embalados e com marca e lembrou ainda o esforço da Natura para construção de uma marca reconhecida internacionalmente.

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São Paulo - O ex-ministro do Desenvolvimento e membro do Conselho de Administração da BRF , Luiz Fernando Furlan, afirmou que o Brasil está afastado dos acordos de comércio mundiais e deveria rever suas políticas nessa área, incluindo a participação no Mercosul.

"O Mercosul está estagnado, talvez esteja na hora do Brasil declarar independência do grupo", afirmou, lembrando que a oposição da Argentina impediu por duas vezes nos últimos anos que o bloco assinasse acordos comerciais com a União Europeia.

Segundo ele, com essa "independência", o Brasil poderia assinar acordos bilaterais com outros países e blocos, sem precisar do aval unânime dos integrantes do Mercosul, como acontece agora.

Furlan argumenta que, ao mesmo tempo em que o Brasil patina em acordos, nossos vizinhos "nadam de braçada". Ele citou o caso do Peru, que, mesmo tendo um presidente esquerdista, cresce mais do que o Brasil e com inflação menor, atraindo investimentos, além de participar da aliança de países do Pacífico.

"Nós não podemos achar que isoladamente vamos ganhar a guerra. Não vamos, vamos perder", afirmou durante o Fórum Estadão - Brasil Competitivo.

Logística

O ex-ministro também criticou os altos custos para transporte de produtos agrícolas das regiões produtoras até os portos e considerou que o problema "é relativamente fácil de se resolver" por meio de parcerias com a iniciativa privada, embora tenha ponderado que há questões políticas e ideológicas envolvidas.

O empresário citou como exemplo a estrutura de rodovias privatizadas em São Paulo, que "pode ser comparada com a de primeiro mundo".

"Acho difícil que uma pessoa compreenda que a saca de milho em Mato Grosso custe metade do que ela vale no porto", comentou.

"Os custos de pegar o produto na fazenda, secar, colocar no caminhão, levar para o porto e colocar no navio excedem o valor original intrínseco do produto", lamentou.

Para o empresário, esta equação prejudica os produtores, uma vez que "o preço internacional não muda pela ineficiência da logística brasileira".

Furlan ainda destacou a necessidade de o Brasil elevar as exportações de produtos com maior valor agregado.

"Nos orgulhamos de ser o maior produtor de café do mundo, mas algum de vocês já conseguiu comprar café do Brasil num supermercado no exterior?".

Ele destacou a BRF como um exemplo de companhia que exporta produtos embalados e com marca e lembrou ainda o esforço da Natura para construção de uma marca reconhecida internacionalmente.

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