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Brasil ainda nega existência de racismo, diz ONU

ONU concluiu que o "mito da democracia racial" ainda sobrevive; publicação coincide com a volta do debate sobre o racismo após polêmica envolvendo o Grêmio

Goleiro Aranha, xingado de "macaco" por torcedora do Grêmio: para ONU, racismo no Brasil é "estrutural e institucionalizado" (Getty Images/Ricardo Ramos)
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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2014 às 09h59.

Genebra - O racismo no Brasil é "estrutural e institucionalizado" e "permeia todas as áreas da vida" no País. A conclusão é da ONU (Organização das Nações Unidas) que, ontem, publicou seu informe sobre a situação da discriminação racial no País e concluiu que o "mito da democracia racial" ainda existe na sociedade brasileira e que parte dela ainda "nega a existência do racismo".

A publicação do informe coincide com a volta do debate sobre o racismo no Brasil por causa da expulsão do Grêmio da Copa do Brasil por atos de sua torcida contra o goleiro Aranha, do Santos. Nesta semana, Pelé também causou polêmica ao minimizar o problema.

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Mas as constatações dos peritos da ONU, que visitaram o Brasil entre os dias 4 e 14 de dezembro de 2013, são claras: os negros no País são os que mais são assassinados, são os que têm menor escolaridade, menores salários, maior taxa de desemprego, menor acesso à saúde, são os que morrem mais cedo e têm a menor participação do PIB. Mas são os que mais lotam as prisões e os que menos ocupam postos nos governos.

Para a entidade, um dos maiores obstáculos para lidar com o problema é que "muitos acadêmicos nacionais e internacionais e atores ainda subscrevem ao mito da democracia racial". "O Brasil não pode mais ser chamado de uma democracia racial e alguns órgãos do Estado são caracterizados por um racismo institucional, nos quais as hierarquias raciais são culturalmente aceitas como normais", destacou a ONU. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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