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Bolsonaro nega discurso de ódio e fala em perseguição em ação do Facebook

Em live, Bolsonaro criticou a falta de liberdade de imprensa no Facebook e desafiou opositores a mostrarem "conteúdo de ódio"

Sobrou para quem está do meu lado", disse o presidente sobre a ação do Facebook (Adriano Machado/File Photo/Reuters)
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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2020 às 06h36.

Última atualização em 10 de julho de 2020 às 16h11.

O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira ter material que seja classificado como incentivo ao ódio em qualquer de suas redes sociais ao comentar derrubada de contas do Facebook de pessoas próximas a ele e a dois de seus filhos por divulgação de fake news e disse sofrer uma "perseguição".

O presidente considerou "lamentável o que vem acontecendo" e alertou que não se pode perder a "liberdade de imprensa".

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"Está em voga a derrubada de páginas do Facebook no mundo, né, e no Brasil sobrou para quem? Para quem está do meu lado, para quem é simpático à minha pessoa, e parece que a esquerda fica aí posando de moralista, de propagadores da verdade, etc" disse o presidente da República na tradicional live de quintas-feiras na mesma rede social.

"É o tempo todo acusando ódio... o que eu ganharia agora acusando quem quer que seja no Brasil de qualquer coisa, não existe nada no tocante a isso, zero. Por que essa perseguição?"

A ação do Facebook não envolveu contas do presidente ou de seus filhos, mas de pessoas próximas a eles. Ainda assim, Bolsonaro desafiou que fossem apresentadas provas, textos ou imagens que tenha postado em alguma de suas redes sociais que pudesse ser classificada como fake news ou de incitação ao ódio.

"O que é material de ódio? Me apresente um texto que tenha saído em um Facebook meu ou em um Instagram .. batendo no Legislativo, no Judiciário, seja onde for, o que for, não existe isso. É lamentável o que vem acontecendo, não podemos perder essa liberdade de imprensa, isso me elegeu presidente da República", afirmou.

A investigação do Facebook que resultou na derrubada de uma rede de páginas ligadas à produção de fake news levou as suspeitas para dentro do Palácio do Planalto, com um dos assessores da Presidência, Tercio Arnaud Tomaz, sendo apontado como um dos operadores das páginas suspensas.

O chefe do Executivo argumentou que não teve acesso a um volume de recursos no período eleitoral para impulsionar conteúdos na internet e aproveitou para sugerir que não precisaria "mentir" sobre a esquerda, diante das denúncias envolvendo governos do PT e estatais, como a Petrobras.

Sustentou, ainda, que tentam derrubar "no tapetão" a chapa que o levou à Presidência da República, alvo de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PT disse à Reuters que pedirá à corte que inclua em ação de cassação da chapa por uso de notícias falsas o relatório do Facebook.

Em outra frente, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator de inquéritos sobre fake news e ameaças à corte, que investigue as páginas de apoio ao presidente removidas pelo Facebook.

Sobre a crise econômica decorrente da pandemia do coronavírus, Bolsonaro manifestou preocupação com o desemprego e com a retomada econômica. Acrescentou, no entanto, confiar no ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem garantido que a economia vai "pegar".

Diferente de outras transmissões ao vivo, Bolsonaro fez a live desta semana sem a presença de integrantes do governo ao seu lado ou do intérprete de libras, por estar contaminado com o novo coronavírus.

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