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Sem unanimidade, BC decide elevar a Selic para 12% ao ano

Autoridade monetária surpreende parte dos analistas com aumento de 0,25 ponto percentual; dois membros do Copom votaram por aumento de 0,5 p.p

Tombini e equipe surpreenderam analistas com um aumento na taxa básica de juros abaixo do esperado (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 21h31.

São Paulo - Na terceira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) contrariou expectativa dos analistas ao dar um aumento à Selic abaixo do esperado. A autoridade monetária elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano. Segundo o comentário emitido pelo BC após a divulgação da nova taxa, a decisão não foi unânime. Dois membros do Copom votaram por um aumento de 0,5 ponto percentual, que elevaria a taxa a 12,25%, mas foram vencidos pelos cinco votos favoráveis à elevação de 0,25 ponto percentual.

Na última segunda-feira (18), o Boletim Focus, do BC, mostrou que as projeções do mercado para a inflação em 2011 aumentaram novamente. A estimativa apontada no boletim prevê que a inflação oficial chegue a 6,29%. Este comportamento, segundo a média do mercado, sugeria uma postura mais incisiva do banco, ou seja, um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa.

Desde o começo do ano, economistas vêm manifestando incessantemente suas preocupações com uma previsão de inflação cada vez mais longe do centro da meta estabelecida pelo BC, de 4,5% ao ano. Agora, a estimativa ameaça, inclusive, ultrapassar o limite superior aceitável, de 6,5%.

No último dia sete de abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que dobrou de 1,5% para 3% no crédito à pessoa física. À época, Mantega deixou claro que a medida tinha como objetivo frear o consumo, reforçando o combate à inflação feito via política monetária.

Na próxima segunda-feira (25) o Banco Central divulga novo Boletim Focus, trazendo a reação do mercado ao ajuste na Selic. Três dias depois, na quinta-feira (28), o BC divulga a ata da reunião do Copom. O documento mostra como a autoridade monetária enxerga o cenário econômico no Brasil e no mundo, e apresenta as justificativas para o aumento dos juros.

Ao fim da reunião, o Banco Central emitiu a seguinte nota: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pelo aumento da taxa Selic em 0,50 p.p. Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."

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São Paulo - Na terceira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) contrariou expectativa dos analistas ao dar um aumento à Selic abaixo do esperado. A autoridade monetária elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano. Segundo o comentário emitido pelo BC após a divulgação da nova taxa, a decisão não foi unânime. Dois membros do Copom votaram por um aumento de 0,5 ponto percentual, que elevaria a taxa a 12,25%, mas foram vencidos pelos cinco votos favoráveis à elevação de 0,25 ponto percentual.

Na última segunda-feira (18), o Boletim Focus, do BC, mostrou que as projeções do mercado para a inflação em 2011 aumentaram novamente. A estimativa apontada no boletim prevê que a inflação oficial chegue a 6,29%. Este comportamento, segundo a média do mercado, sugeria uma postura mais incisiva do banco, ou seja, um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa.

Desde o começo do ano, economistas vêm manifestando incessantemente suas preocupações com uma previsão de inflação cada vez mais longe do centro da meta estabelecida pelo BC, de 4,5% ao ano. Agora, a estimativa ameaça, inclusive, ultrapassar o limite superior aceitável, de 6,5%.

No último dia sete de abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que dobrou de 1,5% para 3% no crédito à pessoa física. À época, Mantega deixou claro que a medida tinha como objetivo frear o consumo, reforçando o combate à inflação feito via política monetária.

Na próxima segunda-feira (25) o Banco Central divulga novo Boletim Focus, trazendo a reação do mercado ao ajuste na Selic. Três dias depois, na quinta-feira (28), o BC divulga a ata da reunião do Copom. O documento mostra como a autoridade monetária enxerga o cenário econômico no Brasil e no mundo, e apresenta as justificativas para o aumento dos juros.

Ao fim da reunião, o Banco Central emitiu a seguinte nota: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pelo aumento da taxa Selic em 0,50 p.p. Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."

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