Brasil

Arcabouço fiscal deve ser aprovado até segunda semana de agosto, afirma deputado Arnaldo Jardim

Em entrevista ao Macro em Pauta da EXAME, o presidente da frente parlamentar do Brasil Competitivo e vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio também falou sobre a relação do governo com o Congresso

Arnaldo Jardim, deputado federal (Cidadania-SP) e ex-secretário de Agricultura de SP

Foto: Leandro Fonseca
data: 27/07/2023 (Leandro Fonseca/Exame)

Arnaldo Jardim, deputado federal (Cidadania-SP) e ex-secretário de Agricultura de SP Foto: Leandro Fonseca data: 27/07/2023 (Leandro Fonseca/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 27 de julho de 2023 às 14h20.

Última atualização em 27 de julho de 2023 às 14h38.

O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) afirmou nesta quinta-feira, 27, que o arcabouço fiscal deve ser aprovado na Câmara dos Deputados até a segunda semana de agosto. O deputado foi o entrevistado do Macro em Pauta da EXAME desta semana. 

"[O arcabouço] será aprovado muito rápido", disse, acrescentando que apenas duas questões incluídas pelo Senado devem provocar alterações."Tem a questão do vínculo de repasse constitucional ao Fundo do Distrito Federal e a questão do cálculo da inflação".

Jardim explicou que os dois pontos são menores dentro do arcabouço e afirmou que a proposta que saiu da Câmara deve ser retomada, com aval do governo. "Isso se resolve, no tardar, até o fim da segunda semana [de agosto]", disse.  O arcabouço fiscal precisa ser aprovado antes do dia 31 de agosto, data limite para apresentação do orçamento federal pelo ministério do Planejamento.

Arnaldo Jardim, deputado federal (Cidadania-SP) e ex-secretário de Agricultura de SP (Leandro Fonseca/Exame)

Quando questionado sobre a relação do governo e do Congresso no primeiro semestre, o deputado do Cidadania analisou que o governo Lula "começou de um jeito e terminou de outro". Para ele, durante os primeiros meses do ano, o sentimento pós-eleição "prevaleceu" sobre uma agenda propositiva, o que prejudicou a composição de uma base. "O governo decidiu apoiar Lira e Pacheco, em um sinal de que entendeu o resultados das eleições, para formar uma base. Porém, nas primeiras atitudes, o governo agiu como se já tivesse uma base consolidada", disse.

Jardim disse que, na sua percepção, uma série de medidas provisórias na Câmara fizeram o governo retomar o eixo, como a que recriou o Minha Casa Minha Vida e a que reestruturou o organograma do governo, dando atenção para medidas econômicas e angariando apoio por isso. Jardim, que preside a Frente Parlamentar Brasil Competitivo, analisa que os ajustes ministeriais discutidos pelo governo devem consolidar uma base objetiva de governabilidade. 

"Vieram sinais que o governo não daria relevo para as chamadas pautas de costumes e focaria no social e na economia. Acredito que toda vez que o governo fizer isso, ele ganha adesão. Mas se der relevância para questões pontuais e ruidosas, dará um tiro no pé", explicou.

Reforma tributária

Ao comentar as exceções criadas e o saldo do texto da reforma tributária aprovado na Câmara, o deputado disse que ficou satisfeito e ressaltou o diálogo entre os relatores da proposta na Câmara e no Senado. "O diálogo do deputado Aguinaldo Ribeiro com o senador Eduardo Braga serve para que não se faça uma nova discussão no Senado, mas que ela seja uma continuação e em harmonia com a Câmara. Mudanças podem vir, mas que seja pactuado".

Jardim afirmou que ainda tem questão que precisam ser ajustadas, como a de setores que têm uso intensivo de mão de obra. Para ele, a falta de ajuste pode ocasionar um acrescimento tributário significativo para o setor. "Desoneração da folha? Ter a possibilidade de aquilo que se gasta com pagamento de pessoal ser considerado um crédito, para como se fosse um insumo da produção. Nós precisamos colocar a cabeça para girar sobre isso.  

Para Jardim, o ideal é que a reforma seja aprovada até o começo de outubro no Senado para a Câmara encerrar a discussão em novembro, e a nova lei seja promulgada até o final do ano.

Confira a entrevista do deputado Arnaldo Jardim

yt thumbnail

Quem é Arnaldo Jardim

Jardim é engenheiro e está no quarto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Ele é presidente da frente parlamentar do Brasil Competitivo e vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio. Entre 2011 e 2019 ocupou o cargo de secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.

A entrevista foi conduzida por Antonio Temóteo, repórter da EXAME em Brasília, e Luciano Pádua, editor de Macroeconomia da EXAME em São Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosNovo arcabouço fiscal

Mais de Brasil

Onda de calor: Rio registra recordes históricos de temperatura máxima em maio

Senado aprova projeto que prevê plano para conter mudança climática

STJ torna governador do Acre réu por corrupção

Rio Grande do Sul reduz número de cidades em estado de calamidade pública; veja lista

Mais na Exame