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Após críticas, Witzel diz que ligação para Mourão foi para "mostrar união"

Governador do Rio fez novo vídeo em helicóptero após Bolsonaro e vice condenarem divulgação de conversa gravada

Rio: Witzel disse que divulgou conversa com Mourão para "mostrar união, pedir apoio e dar satisfação ao povo e aos prefeitos em uma hora tão difícil" (Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Agência O Globo

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 15h25.

RIO — Após críticas do presidente Jair Bolsonaro e do presidente em exercício Hamilton Mourão , o
governador do Rio, Wilson Witzel , usou seu perfil no Twitter, nesta segunda-feira, para comentar o episódio. Em vídeo ele disse que a conversa que teve com Mourão sobre as chuvas no Norte e Noroeste do estado — gravada por Witzel e compartilhada na mesma rede social — foi para "mostrar união, pedir apoio e dar satisfação ao povo e aos prefeitos em uma hora tão difícil".

"Quero dizer que a minha ligação, ontem, ao vice-presidente foi para demonstrar união, de todos aqueles que estão preocupados com essa tragédia: município, estado, União. E dar satisfação para os prefeitos, para o povo, de que o governador do Estado está também pedindo esse apoio à União. Então, espero que nós todos estejamos unidos para salvar essas pessoas que estão hoje debaixo de água. Obrigado", disse Witzel.

 

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Na conversa que teve com Mourão, ocorrida neste domingo e filmada por um assessor do governador, Witzel pede apoio ao envio de água potável às áreas atingidas pelas chuvas. Ao comentar o episódio, Bolsonaro disse que "o que se trata por telefone tem que ser reservado".

"Pelas imagens, ele está no seu carro e um assessor filma. E ele liga para o presidente em exercício. Acho que não é usual alguém fazer isso. Eu não gostaria que fizessem comigo qual seja o assunto. O que se trata por telefone tem que ser reservado", disse o presidente, na Índia.

Já o presidente em exercício acusou Witzel de não ter "ética" nem "moral":

"Em relação ao governador Wilson Witzel, ele diz que foi fuzileiro naval. Eu acredito que ele esqueceu a ética e a moral que caracterizam as Forças Armadas quando saiu do corpo de fuzileiros navais. Nada mais tenho a dizer a respeito", disse Mourão, ao chegar na vice-presidência.

Mais tarde, ao deixar a Vice-Presidência, Mourão disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto e afirmou que os dois concordaram que Witzel deveria ter avisado que faria a gravação:

"O presidente só disse que é uma coisa que não é ética. É óbvio. Se você vai gravar alguém, você diz: 'Olha, vou te gravar aqui, porque vou botar para o povo do Rio de Janeiro, para saber que eu estou atuando'. Ok, beleza, 100%".

Governo divulga nota sobre o episódio

Em nota divulgada mais cedo, o governo do estado informou que a divulgação do vídeo nas redes sociais tinha como objetivo de apenas "tranquilizar os moradores de cidades do Noroeste do estado fortemente atingidas pelas chuvas". O comunicado ressaltou ainda que a publicação "não tem qualquer outra conotação que não demonstrar união num momento de necessidade do povo" e que "o telefonema carateriza uma conversa de trabalho".

Leia a íntegra da nota:

"O vídeo divulgado nas redes sociais do governador Wilson Witzel tem somente a intenção de tranquilizar os moradores de cidades do noroeste do estado, fortemente atingidas pelas chuvas e, em função disso, sem item básico neste momento que é água para consumo. A informação de que os governos estadual e federal estarão juntos para atender demandas básicas da população da região não tem qualquer outra conotação que não demonstrar união num momento de necessidade do povo. Por isso é importante e de interesse público.

A disposição de auxiliar a região demonstrada pelo presidente em exercício, Hamilton Mourão, é prova do compromisso com as vítimas dessa calamidade que trouxe grandes prejuízos a várias cidades fluminenses. Ressalte-se que o telefonema carateriza uma conversa de trabalho, buscando uma solução para um problema específico. E a sensibilidade demonstrada pelo presidente em exercício evitará o sofrimento de milhares de pessoas".

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