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Após 6ª noite de ataques, Ceará recebe mais reforço da Força Nacional

Desde o sábado (5), já havia 330 soldados no estado e o número será ampliado para 406, além de um total de 96 viaturas

Ceará: ação da polícia já prendeu 168 pessoas (Paulo Whitaker/Reuters)

Ceará: ação da polícia já prendeu 168 pessoas (Paulo Whitaker/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 16h23.

Última atualização em 8 de janeiro de 2019 às 16h36.

São Paulo — Depois de seis noites seguidas de ataques, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob comando de Sérgio Moro, autorizou nesta terça-feira (8) o envio de mais 70 soldados da Força Nacional para reforçar a segurança no Ceará.

Desde o sábado (5), já havia 330 soldados no estado e o número será ampliado para 406, além de um total de 96 viaturas.

Nesta terça, subiu para 168 o número de pessoas presas e autuadas por suposta participação na onda de ataques que ocorrem na região metropolitana e no interior do Ceará desde quarta-feira (2).

Do total, ao menos 20 pessoas foram detidas desde o meio-dia de segunda-feira (7). "Outras estão em investigação e poderão ser presas a qualquer momento. Estamos reforçando ainda mais o policiamento na capital e também no interior, com o apoio de tropas federais e estados parceiros", declarou o governador Camilo Santana (PT). 

"Já determinei à cúpula da segurança que empregue todos os esforços necessários. Lideranças criminosas estão sendo identificadas e as transferências para presídios federais estão em curso. Não haverá tolerância com o crime."

No domingo (6), parte dos presos começou a ser transferida do sistema penitenciário cearense para presídios federais, após decisão do governo federal.

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, disse que a onda de ataques é uma resposta à iniciativa do governo estadual de enfrentar o crime organizado dentro de presídios, principalmente após fala do secretário de Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque, sobre maior rigor na fiscalização dos presídios.

“Só a indicação dele já causou essa reação dos criminosos. O Governo do Estado do Ceará já conhecia o trabalho do secretário no Rio Grande do Norte. Obviamente também a criminalidade já conhecia já que é um estado vizinho e próximo”, disse Costa, em entrevista na segunda-feira.

Albuquerque assumiu o cargo no mesmo dia em que os ataques começaram. Durante a cerimônia de posse, ele disse que nem ele, nem o estado “reconhecem facção”.  Para o secretário, a divisão de presos por unidades não deve obedecer à lógica que o governo adota, que é a de distribuir os internos segundo seus vínculos com organizações criminosas.

Albuquerque ficou conhecido por coordenar a retomada do presídio de Alcaçuz no Rio Grande do Norte em 2016 após a morte de 26 presos em um ataque do PCC a uma facção local.

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