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Apagão em SP: Enel diz que energia foi restabelecida para 98,57% dos consumidores; faltam 30 mil

A companhia afirma que está atuando com mais de 3 mil técnicos nas ruas e que "têm trabalhado de forma incansável para reconstruir trechos inteiros da rede elétrica, garantindo a energia para todos"

Veja como está a situação da capital nesta quarta (Marcelo Carmargo/Agência Brasil)

Veja como está a situação da capital nesta quarta (Marcelo Carmargo/Agência Brasil)

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 08h31.

Última atualização em 8 de novembro de 2023 às 08h33.

A Enel São Paulo informou por volta das 22h desta terça-feira, 7 que restava normalizar o fornecimento de energia para cerca de 30.200 clientes que foram impactados pelo vendaval na última sexta-feira, 3, o que representa 1,43% do total de consumidores afetados.

A companhia afirma que está atuando com mais de 3 mil técnicos nas ruas e que "têm trabalhado de forma incansável para reconstruir trechos inteiros da rede elétrica, garantindo a energia para todos".

Resposta pública

A Câmara Municipal de São Paulo abriu a Sessão Plenária desta terça-feira, 7, para os vereadores fazerem comunicado e a falta de energia elétrica na capital paulista provocada pelos eventos climáticos da última sexta-feira, 3, foi o principal assunto tratado.

Segundo portal de notícias da Câmara de SP, o Plenário deve votar nesta quarta-feira, 8, a criação de uma CPI para investigar o serviço prestado pela concessionária de energia Enel na cidade. O documento que pede a abertura da Comissão foi protocolado pelo vereador João Jorge (PSDB), que criticou o trabalho feito pela concessionária.

Enterramento de fios

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) negou que apresentará proposta de cobrança aos moradores para bancar o enterramento de fios da rede elétrica em São Paulo. Na última sexta-feira, 3, um temporal provocou a queda de centenas de árvores na cidade, derrubando o fornecimento de energia elétrica em grande parte da capital - mais de 2 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz.

"Em hipótese alguma teremos taxa em São Paulo. O contribuinte já paga um valor na sua conta de energia. Vamos usar parte desse recurso para fazer enterramento de fios. Se alguém quiser apresentar um projeto na sua região, a Prefeitura está disposta a contribuir para agilizar o enterramento de fios na cidade", disse o prefeito em entrevista à GloboNews na tarde desta terça-feira, 7.

O que aconteceu em São Paulo na sexta-feira?

As fortes chuvas e rajadas de vento que atingiram grande parte do Estado de São Paulo na sexta-feira (3) também deixaram ao menos sete mortos. Em Osasco, na Grande São Paulo, duas árvores caíram sobre um muro na Avenida Luiz Rink, atingindo um veículo e matando uma pessoa que estava no interior do automóvel, de acordo com a Defesa Civil.

Na capital paulista, funcionários da limpeza, agentes das subprefeituras e equipes de iluminação pública e de reparos em semáforos continuam nas ruas para restabelecer a normalidade na capital paulista.

Distribuidoras de energia vão ressarcir os moradores após apagão?

Mais de cinco dias depois do temporal que causou apagão em São Paulo, ao menos 30 mil imóveis seguem sem luz nesta quarta-feira, 8. Após uma reunião de cerca de três horas no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que as concessionárias vão estudar opções para ressarcimento de moradores e de melhoria nos canais de atendimento à população. Além disso, será montado um grupo de trabalho no âmbito da Aneel (agência federal) para acompanhar as ações e adequar os serviços a eventos extremos.

Mais cedo, o governador paulista havia acenado com "um TAC (termo de ajustamento de conduta) para que a gente possa facilitar a vida desse cidadão (prejudicado pelo apagão), porque não seria razoável que esse cidadão entre num caminho ordinário de atendimento e acabe não tendo resposta", disse. À noite, não detalhou o que pode ser feito. "Não adianta pensar no que passou", disse. Segundo ele, eventos extremos serão cada vez mais recorrentes, "estão aí e vieram para ficar". E salientou a importância de se criar planos de contingência para evitar novas crises.

Conforme Tarcísio, o "grande vilão" da crise foi a quantidade de árvores, que, por falta de manejo adequado, caíram na rede aérea. "Um plano de manejo arbóreo é uma das soluções mais baratas e efetivas para lidar com o problema", disse. Um projeto será enviado para Assembleia Legislativa para lidar com a questão, adiantou. Antes, ele evitou culpar a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na capital paulista, pela falta de luz em diversos bairros.

Mas propôs alterações no modelo de contrato firmado entre empresas do setor e a União, ente detentor do poder concedente e que firma tais acordos. "Foi um fato extraordinário. Agora, eu acho que algumas medidas deixaram de ser tomadas ao longo do tempo. O contrato eventualmente não tem as servidões que deveria ter. A gente precisa olhar para trás para ver como estabelecer a normalidade o mais rápido possível e olhar para frente para garantir que isso não aconteça novamente", afirmou, após participar de um painel do BTG Pactual Macro Day com governadores.

Na conta da distribuidora ficou, porém, o problema de comunicação. Segundo o governador, o contato com a empresa precisa ser mais "azeitado". Tarcísio afirmou que durante encontro com as distribuidoras esse foi um ponto de discussão. O dirigente afirmou que há esforço por parte das concessionárias de investir em redes de comunicação e torná-las mais inteligentes.

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