Ministro do Turismo depõe sobre candidatas-laranja no PSL
Ele depõe na condição de convocado, depois de faltar a uma primeira reunião para qual havia sido convidado
Clara Cerioni
Publicado em 22 de outubro de 2019 às 11h18.
Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 11h56.
Brasília — O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio , prestou nesta terça-feira (22) esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) do Senado sobre as denúncias de candidaturas-laranja no PSL.
Assista à participação do ministro do Turismo:
Ele depõe na condição de convocado, depois de faltar a uma primeira reunião para qual havia sido convidado. O autor do requerimento é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Marcelo Álvaro Antônio é presidente licenciado do PSL em Minas Gerais. Segundo Randolfe, o ministro deve explicações sobre o caso conhecido como “Laranjal do PSL”, investigado pela Polícia Federal.
Investigações
No início de outubro, o Ministério Público de MG indiciou o ministro e mais dez pessoas pelo caso das candidaturas-laranja nas eleições de 2018. A PF afirma que o então presidente do PSL em Minas Gerais tinha controle sobre o repasse de recursos do fundo partidário.
A denúncia aponta que o ministro articulou um esquema de candidaturas femininas. Por lei, cada partido deve garantir o mínimo de 30% de candidatas do sexo feminino.
O esquema do PSL, segundo a PF, se baseava em apresentar candidatas sem ter a intenção delas serem eleitas apenas para acessar recursos exclusivos do fundo eleitoral.
Ele foi indiciado por suspeita de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. Em nota enviada à imprensa, o Ministério do Turismo afirmou que a inocência de Álvaro Antônio será comprovada durante a investigação.
Para a PF, a candidatura do hoje ministro a deputado federal em 2018 foi uma das principais beneficiadas pelo esquema. Marcelo Álvaro era presidente do partido em Minas nas eleições do ano passado. Pelo menos R$ 192.950,00 foram desviados no esquema conforme a promotoria.
As investigações começaram em fevereiro após uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Em abril, a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) revelou que o ministro aameaçou de morte durante uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte.
A parlamentar prestou depoimento espontâneo à PF explicando o esquema de candidaturas, que ela confirma ter sido comandado por Álvaro Antônio.