Antes do recesso, parlamentares devem votar PEC dos benefícios e LDO
No Senado, pode avançar na Comissão de Agricultura o projeto que revoga a lei dos agrotóxicos, chamado de "PL do Veneno" por críticos
Alessandra Azevedo
Publicado em 11 de julho de 2022 às 06h00.
Na última semana antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho, a Câmara deve votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria e amplia benefícios sociais a três meses das eleições e a PEC que estabelece um piso salarial para profissionais da enfermagem.
A PEC dos benefícios já passou pelo Senado e pela comissão especial da Câmara. Para ser aprovada pelo plenário, são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos de votação. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretendia votar o texto na quinta-feira passada, mas adiou para esta terça-feira, 12.
O texto dobra o valor do vale-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o Auxílio Brasil e prevê um “voucher” para caminhoneiros até o fim de 2022. As medidas custarão R$ 41,25 bilhões e serão custeadas por meio de crédito extraordinário, fora do teto de gastos.
Criar benefícios sociais em ano eleitoral, no entanto, é proibido por lei. Para contornar essa vedação legal, o texto propõe a decretação de estado de emergência no país, “decorrente da elevação extraordinária do petróleo e os impactos sociais deles recorrentes”. Nesse caso ou no caso de calamidade pública, a legislação prevê exceção à regra.
Também está na pauta do plenário da Câmara a PEC do piso da enfermagem, que prevê que uma lei federal determine os pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. O texto passou por comissão especial na semana passada.
No Senado, pode avançar na Comissão de Agricultura o projeto que revoga a lei dos agrotóxicos, chamado de "PL do Veneno" por críticos. Em seguida, o texto já poderia ir direto para o plenário. A matéria flexibiliza as regras de aprovação e venda de agrotóxicos e revoga a lei que hoje trata do assunto.
Na prática, o PL facilita a aprovação e o uso de agrotóxicos, ao concentrar no Ministério da Agricultura as decisões sobre os produtos, que hoje precisam passar por vários órgãos, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde.
Além disso, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, devem participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na terça-feira,12, para falar sobre a política nacional de preços dos combustíveis.
O Congresso também deve votar nesta semana a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023. A sessão está marcada para esta segunda-feira, 11. A proposta foi aprovada na Comissão Mista de Orçamento (CMO) no último dia 29. Pelo texto, o salário mínimo do ano que vem ficará em R$ 1.294, com a correção pelo INPC.