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Aliança entre centrão e Bolsonaro facilita o meu trabalho, diz Maia

O presidente da Câmara considerou legítimo que o governo organize sua base e negou que movimentação seja uma tentativa de esvaziar seu poder

Maia: "Se um partido quer participar do governo, o que isso tem a ver minha relação aqui na Câmara?" (Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2020 às 06h29.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 06h32.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não se incomodar com os movimentos de aproximação do Centrão com o presidente Jair Bolsonaro e que a tentativa de construção de uma base governista facilita seu trabalho.

A possibilidade de indicar um nome para comandar o Dnocs foi usada pelo líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), para angariar apoio na Câmara. Pré-candidato á sucessão de Maia, ele repassou a indicação ao deputado Sebastião Oliveira (PL-PE), segundo fontes.

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Questionado sobre esse movimento Lira e sobre sua relação com o líder do PP, Maia disse ter uma ótima relação com os colegas. "Relação ótima com todos os líderes, eu não misturo as coisas porque, se um partido quer participar do governo, o que isso tem a ver minha relação com o partido aqui na Câmara dos Deputados?" respondeu o deputado.

Para Maia, é um direito democrático um partido querer defender as pautas do governo. "É legítimo que o governo tenha o direito de organizar sua base. Se é com o PP ou com outros partidos, é um direto do governo montar essa base de forma transparente para que a sociedade tenha as informações sobre como é qual é a relação do governo com o parlamento brasileiro", disse.

Ele negou que os movimentos sejam uma tentativa de esvaziar seu poder na Câmara. "Não vejo por aí. A pauta é do presidente da Câmara. Quem pauta é o presidente. Quem tem a responsabilidade de garantir votos para o governo são os líderes do governo e os partidos que fazem parte da sua base. Muito pelo contrário, eu acho que o governo ter uma base inclusive facilita o meu trabalho. Muitas vezes fui obrigado a cumprir um papel de articulador das maiorias, que não é um papel do presidente da Câmara", disse.

Maia disse inclusive que essa base poderá ser responsabilizada pelos erros e acertos dos projetos que apoiar.

Maia recebeu hoje na Câmara a visita dos ministros Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto. Ele negou que foi conversado sobre um possível encontro entre ele e Bolsonaro e disse que tem um ótimo relacionamento com os dois ministros.

"Vieram fazer uma visita para trocar ideias sobre a pauta e sobre a conjuntura do momento. Foi uma ótima reunião, tenho uma boa relação com os dois", disse Maia. "A gente não pode misturar os conflitos políticos com aqueles ministros que estão organizando, coordenando a agenda política e a gestão pública do governo", afirmou.

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