Alckmin vai negociar reajuste do Bom Prato em outubro
"Demos reajuste de 10%, não faz nem um ano ainda, então vamos esperar chegar outubro", afirmou o governador
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2016 às 20h15.
São Paulo - Em meio à crise financeira que atinge unidades do Bom Prato, programa estadual que oferece refeições a R$ 1, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), admitiu que há necessidade de reajustar o subsídio para entidades responsáveis por administrar os restaurantes, mas disse que vai esperar até outubro para negociar o aumento.
"Demos reajuste de 10%, não faz nem um ano ainda, então vamos esperar chegar outubro", afirmou nesta quarta-feira, 4. Gestores da rede, no entanto, afirmam que não há recurso para gerir os restaurantes por mais três meses e que algumas entidades serão obrigadas a devolver a administração para o governo.
Em abril, os gestores entregaram à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social uma carta-manifesto com cerca de 20 assinaturas, em que afirmam estar à beira de um "colapso financeiro" e oferecendo " alimentação de qualidade inferior ao padrão" por falta de recurso, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o documento, os valores atuais de repasse de R$ 3,81 por almoço e de R$ 1,03 por café da manhã os obrigaria a encerrar as atividades "em um curto período de tempo".
Para corrigir a defasagem de preços, as entidades sugerem que o subsídio passe para R$ 5,47 (almoço) e R$ 1,31 (café da manhã) ou que o governo aumente R$ 1 nas duas refeições para os consumidores.
"É obvio que, para alguns alimentos, o aumento foi impressionante. Se você pegar o feijão carioca, chegou a quase 100%, então claro que há necessidade (de reajuste). Nós vamos avaliar, mas não neste momento", afirmou Alckmin. A justificativa para adiar a negociação é que a última vez em que o subsídio subiu foi em novembro de 2015.
O governador também vê um aumento na demanda como uma das causa para o desequilíbrio financeiro de algumas entidades. "O número de refeições cresceu. A gente paga por refeição, mas claro que aperta mais também", disse.
Para os gestores, porém, "não adianta dar aumento que não é condizente com a necessidade". "No ano passado, houve reajuste de R$ 0,31 no almoço", disse um representante das entidades, que preferiu não se identificar.
"Nós não temos dissídio coletivo, data-base, nada disso." De acordo com a carta endereçada ao governo, a defasagem acumulada desde 2006 é de 34,15% no custo do almoço e de 17,99% no café da manhã.
"Se os preços começarem a aumentar, com certeza vai ter unidade devolvendo o restaurante nesse período", afirmou o gestor. Segundo as entidades, um dos restaurantes em pior situação financeira é o do Tucuruvi, na zona norte da capital, que deve desistir do programa caso não haja aumento no repasse.
Atualmente, há 51 unidades do Bom Prato no Estado, destinadas a pessoas de baixa renda, com almoço a R$ 1 e café da manhã por R$ 0,50. Elas são administradas por 41 entidades, que arrecadam o dinheiro dos consumidores e o subsídio do governo, por meio de contrato.
Os 83 mil pratos vendidos diariamente custam aos cofres públicos cerca de R$ 283,5 mil - ou aproximadamente R$ 74 milhões por ano, considerando apenas os dias úteis.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, disse que não há risco de o serviço ser interrompido e negou queda na qualidade das refeições.
"Caso alguma entidade queira entregar a unidade, precisa avisar com 60 dias de antecedência. Então, nós buscamos outra parceira para assumir", afirmou.
São Paulo - Em meio à crise financeira que atinge unidades do Bom Prato, programa estadual que oferece refeições a R$ 1, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), admitiu que há necessidade de reajustar o subsídio para entidades responsáveis por administrar os restaurantes, mas disse que vai esperar até outubro para negociar o aumento.
"Demos reajuste de 10%, não faz nem um ano ainda, então vamos esperar chegar outubro", afirmou nesta quarta-feira, 4. Gestores da rede, no entanto, afirmam que não há recurso para gerir os restaurantes por mais três meses e que algumas entidades serão obrigadas a devolver a administração para o governo.
Em abril, os gestores entregaram à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social uma carta-manifesto com cerca de 20 assinaturas, em que afirmam estar à beira de um "colapso financeiro" e oferecendo " alimentação de qualidade inferior ao padrão" por falta de recurso, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o documento, os valores atuais de repasse de R$ 3,81 por almoço e de R$ 1,03 por café da manhã os obrigaria a encerrar as atividades "em um curto período de tempo".
Para corrigir a defasagem de preços, as entidades sugerem que o subsídio passe para R$ 5,47 (almoço) e R$ 1,31 (café da manhã) ou que o governo aumente R$ 1 nas duas refeições para os consumidores.
"É obvio que, para alguns alimentos, o aumento foi impressionante. Se você pegar o feijão carioca, chegou a quase 100%, então claro que há necessidade (de reajuste). Nós vamos avaliar, mas não neste momento", afirmou Alckmin. A justificativa para adiar a negociação é que a última vez em que o subsídio subiu foi em novembro de 2015.
O governador também vê um aumento na demanda como uma das causa para o desequilíbrio financeiro de algumas entidades. "O número de refeições cresceu. A gente paga por refeição, mas claro que aperta mais também", disse.
Para os gestores, porém, "não adianta dar aumento que não é condizente com a necessidade". "No ano passado, houve reajuste de R$ 0,31 no almoço", disse um representante das entidades, que preferiu não se identificar.
"Nós não temos dissídio coletivo, data-base, nada disso." De acordo com a carta endereçada ao governo, a defasagem acumulada desde 2006 é de 34,15% no custo do almoço e de 17,99% no café da manhã.
"Se os preços começarem a aumentar, com certeza vai ter unidade devolvendo o restaurante nesse período", afirmou o gestor. Segundo as entidades, um dos restaurantes em pior situação financeira é o do Tucuruvi, na zona norte da capital, que deve desistir do programa caso não haja aumento no repasse.
Atualmente, há 51 unidades do Bom Prato no Estado, destinadas a pessoas de baixa renda, com almoço a R$ 1 e café da manhã por R$ 0,50. Elas são administradas por 41 entidades, que arrecadam o dinheiro dos consumidores e o subsídio do governo, por meio de contrato.
Os 83 mil pratos vendidos diariamente custam aos cofres públicos cerca de R$ 283,5 mil - ou aproximadamente R$ 74 milhões por ano, considerando apenas os dias úteis.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, disse que não há risco de o serviço ser interrompido e negou queda na qualidade das refeições.
"Caso alguma entidade queira entregar a unidade, precisa avisar com 60 dias de antecedência. Então, nós buscamos outra parceira para assumir", afirmou.