Advogados dizem que seus clientes vão se entregar
Seguindo orientação de seus defensores, condenados descartam hipótese de fuga
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2013 às 09h35.
Os condenados do mensalão que vão começar a cumprir suas penas por ordem do Supremo Tribunal Federal vão se entregar às autoridades. Seguindo orientação de seus defensores, eles descartam a hipótese de fuga.
Alguns criminalistas até já se anteciparam e foram à Polícia Federal. Outros aguardam a expedição do mandado de prisão pelo STF para apresentarem seus clientes formalmente. Os advogados adotaram essa estratégia de não desafiar o decreto da Corte porque não acreditam que o caminho da fuga teria eficácia - ao contrário, agravaria mais a situação dos acusados.
"Hoje (ontem, 14) fui à Polícia Federal informar que ele (Cristiano de Mello Paz, condenado a 25 anos e 11 meses de prisão) vai se apresentar, sem necessidade de nenhuma megaoperação", afirmou Castellar Guimarães Neto, um dos defensores do publicitário, ex-sócio do empresário Marcos Valério nas agências DNA e SMPB.
Mas ainda reina uma série de dúvidas nos escritórios de advocacia sobre o local onde os acusados terão de cumprir a punição, embora a Lei de Execuções Penais garanta ao réu ficar recolhido no estabelecimento prisional mais próximo de seu domicílio.
Castellar ressaltou que seu cliente aguarda análise de um embargo infringente e também que não há clareza sobre a decisão do STF de quando a pena deve começar a ser cumprida, assim como o local da prisão. "Se a pena é para ressocializar a pessoa, a presença da família é essencial. Vamos aguardar a manifestação do Supremo para avaliar uma eventual contestação", disse, referindo-se à possibilidade de o STF determinar cumprimento das penas em Brasília.
O criminalista Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, avalia que a decisão do Supremo "ainda não ficou clara", mas garante que o empresário vai se apresentar espontaneamente à Justiça. Ele não informou se Valério está vivendo em Sete Lagoas, a cerca de 70 quilômetros de Belo Horizonte. "O que eu posso dizer é que, se houver ordem de prisão, vai haver apresentação espontânea." Valério pegou a maior pena no julgamento, como operador do mensalão: 40 anos e 4 meses de prisão fechada.
"A Simone (Reis Vasconcelos) vai se apresentar assim que isso for definido", declarou o advogado Leonardo Yarochewsky, que defende a ex-funcionária de Marcos Valério, condenada a 12 anos e 7 meses. "Ela já entregou o passaporte e não é uma pessoa perigosa. Entendo que houve um fatiamento da pena e o Supremo tem que esclarecer onde será o cumprimento."
Resignação. Condenado a 6 anos e meio de prisão, em regime semiaberto, o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) planeja se entregar assim que for expedido o mandado. É o que garante o advogado Ronaldo Garcia Dias, que nem tentou recorrer da pena imposta ao cliente. Segundo ele, o ex-parlamentar está "resignado".
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas, o Estado tem 141 unidades prisionais, sendo que 126 estão "aptas a receber presos do regime semiaberto". De acordo com a pasta, 48,5 mil presos condenados e provisórios ocupam essas unidades, mas ainda há 29 mil vagas no sistema.
O advogado Marthius Savio Lobato, que defende o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato - condenado a 12 anos e 7 meses -, disse que deverá ingressar com embargo infringente, o que poderia adiar o cumprimento da sentença de prisão do cliente. "Eu fiz um embargo de declaração, que interrompe a contagem do tempo, para poder entrar com o infringente. Como o STF já admitiu que mesmo quem não teve quatro votos pela absolvição tem direito ao embargo infringente, também quero ter esse direito."
Lobato confirmou que o ex-executivo do BB se apresentará à Justiça, caso seja determinada a prisão imediata. Ele disse que seu cliente faria uma pequena viagem para visitar parentes - Pizzolato estaria há pelo menos dois meses longe de seu apartamento, uma cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, zona sul do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
Os condenados do mensalão que vão começar a cumprir suas penas por ordem do Supremo Tribunal Federal vão se entregar às autoridades. Seguindo orientação de seus defensores, eles descartam a hipótese de fuga.
Alguns criminalistas até já se anteciparam e foram à Polícia Federal. Outros aguardam a expedição do mandado de prisão pelo STF para apresentarem seus clientes formalmente. Os advogados adotaram essa estratégia de não desafiar o decreto da Corte porque não acreditam que o caminho da fuga teria eficácia - ao contrário, agravaria mais a situação dos acusados.
"Hoje (ontem, 14) fui à Polícia Federal informar que ele (Cristiano de Mello Paz, condenado a 25 anos e 11 meses de prisão) vai se apresentar, sem necessidade de nenhuma megaoperação", afirmou Castellar Guimarães Neto, um dos defensores do publicitário, ex-sócio do empresário Marcos Valério nas agências DNA e SMPB.
Mas ainda reina uma série de dúvidas nos escritórios de advocacia sobre o local onde os acusados terão de cumprir a punição, embora a Lei de Execuções Penais garanta ao réu ficar recolhido no estabelecimento prisional mais próximo de seu domicílio.
Castellar ressaltou que seu cliente aguarda análise de um embargo infringente e também que não há clareza sobre a decisão do STF de quando a pena deve começar a ser cumprida, assim como o local da prisão. "Se a pena é para ressocializar a pessoa, a presença da família é essencial. Vamos aguardar a manifestação do Supremo para avaliar uma eventual contestação", disse, referindo-se à possibilidade de o STF determinar cumprimento das penas em Brasília.
O criminalista Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério, avalia que a decisão do Supremo "ainda não ficou clara", mas garante que o empresário vai se apresentar espontaneamente à Justiça. Ele não informou se Valério está vivendo em Sete Lagoas, a cerca de 70 quilômetros de Belo Horizonte. "O que eu posso dizer é que, se houver ordem de prisão, vai haver apresentação espontânea." Valério pegou a maior pena no julgamento, como operador do mensalão: 40 anos e 4 meses de prisão fechada.
"A Simone (Reis Vasconcelos) vai se apresentar assim que isso for definido", declarou o advogado Leonardo Yarochewsky, que defende a ex-funcionária de Marcos Valério, condenada a 12 anos e 7 meses. "Ela já entregou o passaporte e não é uma pessoa perigosa. Entendo que houve um fatiamento da pena e o Supremo tem que esclarecer onde será o cumprimento."
Resignação. Condenado a 6 anos e meio de prisão, em regime semiaberto, o ex-deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) planeja se entregar assim que for expedido o mandado. É o que garante o advogado Ronaldo Garcia Dias, que nem tentou recorrer da pena imposta ao cliente. Segundo ele, o ex-parlamentar está "resignado".
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas, o Estado tem 141 unidades prisionais, sendo que 126 estão "aptas a receber presos do regime semiaberto". De acordo com a pasta, 48,5 mil presos condenados e provisórios ocupam essas unidades, mas ainda há 29 mil vagas no sistema.
O advogado Marthius Savio Lobato, que defende o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato - condenado a 12 anos e 7 meses -, disse que deverá ingressar com embargo infringente, o que poderia adiar o cumprimento da sentença de prisão do cliente. "Eu fiz um embargo de declaração, que interrompe a contagem do tempo, para poder entrar com o infringente. Como o STF já admitiu que mesmo quem não teve quatro votos pela absolvição tem direito ao embargo infringente, também quero ter esse direito."
Lobato confirmou que o ex-executivo do BB se apresentará à Justiça, caso seja determinada a prisão imediata. Ele disse que seu cliente faria uma pequena viagem para visitar parentes - Pizzolato estaria há pelo menos dois meses longe de seu apartamento, uma cobertura na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana, zona sul do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .