“Acho que a Nova República terminou”, diz Fernando Haddad
Candidato derrotado nas eleições do ano passado também disse que torcia para disputar o segundo turno com Geraldo Alckmin
João Pedro Caleiro
Publicado em 14 de maio de 2019 às 21h31.
Última atualização em 14 de maio de 2019 às 22h01.
São Paulo – “Acho que a Nova República terminou”, disse Fernando Haddad (PT) nesta terça-feira (14) em São Paulo, sobre o período de redemocratização pós-1985. “Não sei se está valendo mais o pacto social”.
A declaração foi feita em debate do lançamento do livro “O Valor das Ideias”, dos economistas Marcos Lisboa e Samuel Pessôa, com o qual ele colaborou.
Candidato do PT derrotado nas eleições presidenciais de 2018, Haddad afirmou também que “torcia muito” até o último momento para que o candidato Geraldo Alckmin fosse seu rival no segundo turno.
Ele também disse torcer para o PSDB “se reconstruir como nasceu, e não como ele pode vir a se tornar” e classificou o período em que o seu partido e os tucanos disputavam hegemonia como “o melhor momento da política nacional”.
O ex-ministro e ex-prefeito também disse que as atitudes do governo Bolsonaro “não têm cheiro de razoabilidade” pois “não se consegue sentar e conversar de tema nenhum”.
Ele disse que concordava em 80% das vezes com seu antecessor no MEC, Paulo Renato, e que quando havia discordâncias elas eram resolvidas conjuntamente com embasamento técnico: "Não me lembro de ter tomado uma decisão ideológica".
Haddad se mostrou aberto a uma sugestão de Renato Janine Ribeiro, que mediou o debate, de que todos os ex-ministros da Educação fizessem uma manifestação conjunta de repúdio às mudanças na área, inspirados pelo grupo dos ex-ministros do Meio Ambiente.
"Só não vamos chamar o [ex-ministro Ricardo] Vélez", disse Janine, que foi ministro da Educação do governo Dilma Rousseff por alguns meses. Mas vai que ele fez uma reflexão, brincou Haddad.