PERNAMBUCO: Manoel de Menezes, morador de Tacaratu; o agricultor está há cinco anos sem conseguir plantar nem colher / Germano Lüders
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 20h25.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h33.
Renata Vieira/ Fotos: Germano Lüders
Com 2 700 quilômetros de extensão ao longo de cinco estados, de Minas Gerais a Alagoas, o São Francisco detém 70% da disponibilidade hídrica do nordeste – que guarda apenas 3% da reserva de água doce do país. Objeto de estudo de governos desde o final do século dezenove, o projeto de desvio de suas águas em direção ao semiárido nordestino só saiu do papel em 2007, durante o governo Lula, e chega ao décimo ano de obra mais perto do fim – e ao custo de mais de nove bilhões de reais.
Dividida em dois longos canais – o eixo norte e o eixo leste – a transposição levará 1,4% da vazão do rio São Francisco, a partir de Pernambuco, a rios intermitentes do próprio estado, e também para a Paraíba, ao Ceará e ao Rio Grande do Norte. De acordo com o governo, o eixo leste, que passa por Pernambuco e chega até a Paraíba, ficará pronto ainda em março. As águas que chegarão à cidade de Monteiro-PB servirão para encher o reservatório de Boqueirão, que atende a região metropolitana de Campina Grande e está à beira do colapso depois de cinco anos consecutivos de seca na região – a pior seca em 100 anos.
Hoje, 742 municípios do nordeste estão em situação de emergência por falta d’água. A expectativa é que as águas do Rio São Francisco cheguem a 390 cidades do nordeste – e abasteçam 12 milhões de pessoas. Ao longo de uma semana, a reportagem de EXAME percorreu 2.000 quilômetros nos estados de Ceára, Pernambuco e Paraíba para ver de perto as agruras da população, suas alternativas de sobrevivência e o estágio de execução das obras. As melhores imagens estão reunidas abaixo. A reportagem completa está na edição 1132, de EXAME.