Exame Logo

A peregrinação de Dilma

É um estratégia que lembra o Incrível Exército de Brancaleone. A presidente afastada Dilma Rousseff iniciará hoje mais uma parte de sua peregrinação na tentativa de angariar apoio para seu retorno ao Planalto. Dessa vez, ela passará pelo Nordeste, começando por João Pessoa. Amanhã, o destino será Salvador e, na sexta, Recife. A ideia é […]

DILMA: a presidente afastada discursa em ato contra Michel Temer em Porto Alegre. Hoje, é a vez de João Pessoa / Roberto Stuckert Filho/ PR
DR

Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2016 às 19h47.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h27.

É um estratégia que lembra o Incrível Exército de Brancaleone. A presidente afastada Dilma Rousseff iniciará hoje mais uma parte de sua peregrinação na tentativa de angariar apoio para seu retorno ao Planalto. Dessa vez, ela passará pelo Nordeste, começando por João Pessoa. Amanhã, o destino será Salvador e, na sexta, Recife.

A ideia é colocar pressão sobre Temer reforçando a tese de golpe e afirmando que ele poderia reduzir direitos dos trabalhadores e dos movimentos sociais. Até agora, Dilma tem conseguido pregar apenas aos convertidos. As manifestações que ocorreram na última sexta-feira em diversas capitais do país também não tiveram repercussão o suficiente para incomodar Michel Temer.

Veja também

Dilma também passou a enfrentar resistência, dentro dos movimentos sociais, à proposta de convocar um plebiscito caso volte à presidência. Na semana passada, em entrevista à TV Brasil, ela admitiu pela primeira vez que poderia convocar o povo para decidir se deve terminar o mandato. Essa seria uma condição essencial para que alguns senadores mudem seu voto na hora de decidir pelo impeachment.

Na tarde de ontem, ela se reuniu com representantes dos movimentos, além de senadores, para discutir uma proposta. Parte dos movimentos sociais, além de alas do próprio PT, são contra. O argumento é de que Dilma não poderia abrir mão do mandato que lhe foi conferido democraticamente.

Parte do PT, por outro lado, avalia que é melhor deixar o governo Temer “sangrar” até 2018, data da nova eleição, e que o partido entraria fragilizado em uma nova disputa eleitoral caso ela fosse realizada agora. Também existem problemas jurídicos, já que para a realização de novas eleições tanto Dilma como Temer teriam que renunciar e nada indica que o vice aceitaria. Uma nova reunião sobre o assunto deve ser realizada na próxima terça. Até lá, Dilma vai rodar o país.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame