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A dúvida surreal do PR: compor com Lula ou com Bolsonaro

O PR ainda flerta com a possibilidade de barganhar uma cabeça de chapa, caso o ex-presidente não consiga disputar as eleições. O PT, claro, não quer

Bolsonaro: a chance de o PR engrossar suas fileiras é de 50%, segundo interlocutores (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: a chance de o PR engrossar suas fileiras é de 50%, segundo interlocutores (Adriano Machado/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 17 de julho de 2018 às 07h03.

Última atualização em 17 de julho de 2018 às 07h14.

O PR convocou para esta terça-feira uma reunião de alinhamento de discurso. O cacique da legenda, Valdemar Costa Neto, conduz as conversas, para que o partido saia com alguma luz de atuação nas eleições de outubro. Até o momento, as especulações dão conta de que o partido tem a mais esquizofrênica decisão a tomar: compor com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ou o candidato do PT.

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Para interlocutores de Costa Neto ouvidos por EXAME, a cabeça do manda-chuva da legenda está dividida entre 50% por Bolsonaro, 30% pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e 20% para outra solução. O martelo não foi batido porque Josué Alencar (PR-MG) é entusiasta da composição com o PT como vice de Lula. O PR ainda flerta com a possibilidade de barganhar uma cabeça de chapa, caso o ex-presidente não consiga disputar as eleições. O PT, claro, não quer.

O entrave com Bolsonaro tem a ver com as alianças nos estados. Segundo a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, Costa Neto quer ampliar as bancadas do PR na Câmara e no Senado por meio da aliança com Bolsonaro, mas o deputado federal tem os mesmos planos para o PSL e seus familiares, como Carlos e Flávio Bolsonaro, que devem disputar o Senado pelo Rio de Janeiro e Major Olímpio, em São Paulo.

O PR consolida-se, assim, como vórtex de desestabilização do centrão. O partido costumava compor com o grupo de partidos médios, que hoje negocia com Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Pode ser o estopim para o fim da organização destes partidos como um bloco de poder fisiológico, uma ingrata herança de Eduardo Cunha (MDB-RJ) enquanto presidente da Câmara dos Deputados.

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