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A Cedae e a penúria do Rio

Um dos projetos mais importantes do pacote de reestruturação fiscal que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro está votando deve começar a ser apreciado hoje. A venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) é tida pelo governo como a melhor forma de salvar as contas esfrangalhadas do estado. A autorização da privatização […]

PROTESTO NO RIO: em fevereiro, manifestantes protestaram contra a privatização da Cedae, de saneamento, uma das contrapartidas exigidas pelo governo federal em troca da ajuda fiscal / Ricardo Moraes/Reuters
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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 06h43.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h42.

Um dos projetos mais importantes do pacote de reestruturação fiscal que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro está votando deve começar a ser apreciado hoje. A venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) é tida pelo governo como a melhor forma de salvar as contas esfrangalhadas do estado. A autorização da privatização da Cedae, avaliada em 3,5 bilhões de reais, servirá como a principal garantia do empréstimo de 6,5 bilhões de reais que o governo carioca quer pegar com a União.

A votação vem sendo adiada desde o início do mês e gera protestos de grupos contrários e de servidores públicos. As entidades que se colocam contra a privatização dizem que ela vai na direção contrária da tendência mundial. Cidades como Paris, Berlim e Buenos Aires, que privatizaram distribuição de água e saneamento básico no passado, retomaram o controle do setor. Além disso, segundo a oposição a venda deveria ser fruto de uma discussão entre sociedade, especialistas e o governo e não uma resposta ao governo para conseguir um empréstimo de emergência.

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O governo estadual, alvo de um pedido de impeachment, alega que essa seria a única forma de custear o salário dos servidores públicos. A privatização da Cedae ficou acertada durante a renegociação da dívida do estado com o governo federal. Um ente privado também poderia investir na expansão do saneamento básico e da distribuição de água como contrapartida na concessão. Apenas 40% dos moradores do Rio têm acesso a esgoto sanitário.

A situação fiscal do Rio de Janeiro é a mais crítica do país. No dia 27 do mês passado, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) assinou, junto com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles um termo de compromisso acertando a ajuda federal. Os termos, no entanto, têm que ser aprovados tanto na Assembleia como na Câmara. Enquanto a situação não é resolvida, o estado – e os servidores – continuam na penúria.

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