A briga baixa entre os Marcelos no Rio
Hoje à noite, às 22h, acontece o primeiro debate entre os candidatos que disputam o segundo turno das eleições no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do PRB, e Marcelo Freixo, do PSOL. A pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira mostra que Crivella lidera a corrida, com 44% das intenções de voto, contra 27% de Freixo. […]
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2016 às 06h21.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.
Hoje à noite, às 22h, acontece o primeiro debate entre os candidatos que disputam o segundo turno das eleições no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, do PRB, e Marcelo Freixo, do PSOL. A pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira mostra que Crivella lidera a corrida, com 44% das intenções de voto, contra 27% de Freixo. Os números podem vir a mudar radicalmente, já que a propaganda obrigatória na TV, que começa na segunda-feira com 50 minutos para cada candidato divididos entre inserções curtas ao longo do dia e maiores às 13h e 20h30, deve ser decisiva.
Enquanto a propaganda na TV não começa, tem chamado a atenção a quantidade de boatos espalhados sobre ambos os candidatos nas redes sociais. Recentemente, um vídeo editado de uma fala de Crivella como pastor dá a entender que o candidato seria racista, o que não é o sentido original do material. Outro boato diz que, caso eleito, Crivella obrigará o ensino da teoria do criacionismo nas escolas do município. O candidato é pastor da Igreja Universal e acredita no criacionismo, mas nunca disse que teria tal postura.
Os ataques a Freixo não são menos graves e, em quantidade, até maiores. Por causa do histórico de defesa dos Direitos Humanos, circulam textos dizendo que o candidato pretende acabar com a Polícia Militar (o que nem seria de sua alçada), colocaria o deputado federal Jean Wyllys, como secretário da Educação, tentando causar polêmica com o fato do político ser homossexual, e gravações que imitam sua voz para ofender categorias do funcionalismo público. Alguns boatos são disseminados por pessoas como o candidato derrotado Flávio Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, além de movimentos como o MBL.
“A campanha começou com um clima pesado, que tenta reforçar estereótipos que nem sempre são verdadeiros apelando para os valores pessoais de cada um”, diz Felipe Borba, cientista político e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mas, no final das contas, o que vai decidir o resultado não serão esses boatos. Cada candidato se destacou com um extremo da população no primeiro turno – Freixo com escolarizados e mais ricos, Crivella com os mais pobres e com menor escolaridade. “Vai ganhar quem conseguir conquistar o eleitor do meio desse espectro, que está mais interessado em receber os serviços básicos do município, que não vem recebendo, do que nos valores de cada candidato”, diz Borba. É esperar e ver quando Freixo e Crivella vão perceber isso para passar a discutir o que importa.