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8 de janeiro: Justiça Militar condena coronel que pediu 'golpe' e atuou no Gabinete de Segurança

José Placídio Matias dos Santos atuou por três anos no Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro

(Reprodução)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 07h12.

Última atualização em 29 de agosto de 2024 às 07h17.

A Justiça Militar condenou o coronel da reserva José Placídio Matias dos Santos a quatro meses de detenção por ter publicado ofensas contra os comandantes das Forças Armadas no dia 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dosTrês Poderesforam atacadas. Ele atuou como assessor no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sentença é assinada pela juíza federal da Justiça Militar, Flávia Ximenes Aguiar de Sousa, e corroborada por quatro generais que integram o Conselho de Justiça. A defesa do coronel da reserva ainda pode recorrer e ele poderá recorrer em liberdade.

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Em junho, o coronel foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma apuração que tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia dos atos antidemocrático s, o militar usou as redes sociais para ofender e ameaçar o então ministro da Justiça, Flávio Dino, e pedir um golpe de estado. Uma das publicações foi direcionada ao então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, e pedia a insubordinação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!", diz a postagem no Twitter.

Ainda no dia dos atos terroristas, Placídio conclamou as Forças Armadas a atuarem. "Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?", publicou.

No dia seguinte aos atos, Placídio voltou às redes sociais para afirmar que havia "esquerdistas baderneiros infiltrados" nos atos golpistas da véspera. "Não sei o que vai acontecer, ninguém sabe ao certo. O que temos de evidente é que o povo ordeiro e patriota, o que não inclui os esquerdistas baderneiros infiltrados, jamais aceitará a usurpação de poder levada a cabo pelo sistemão", escreveu.

Na reserva desde março de 2022, Placídio ocupou durante cerca de três anos um cargo no GSI. Sob o comando do general Augusto Heleno entre 2019 e 2022, o GSI é um dos órgãos que integram a Presidência da República e sua função é assessorar o chefe do Executivo em temas militares e de segurança. Nele, o coronel ocupou um cargo de confiança de fevereiro de 2019 até março de 2022, como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI.

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