Os brasileiros sabem a importância do uso da camisinha na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis , um número próximo a 94% da população.
No entanto, 45% dos sexualmente ativos não usaram preservativo em relações ocasionais em 2013, percentual estável desde 2004.
Os dados são de uma pesquisa do Ministério da Saúde , que entrevistou 12 mil pessoas na faixa etária de 15 a 64 anos.
O levantamento aponta que entre 2004 e 2013 aumentou de 4,1% para 12,1% a proporção de brasileiros que teve mais de cinco parceiros no último ano.
A pesquisa mostra também que, enquanto em 2004 pouco mais de 19% da população, entre 15 e 64 anos, teve mais de dez parceiros sexuais na vida, em 2013 o número passou para 43,9%.
No lançamento da campanha de carnaval do Ministério da Saúde, o ministro Arthur Chioro disse que a mudança de comportamento determinou mudança de foco da campanha, que agora destaca o teste e o tratamento.
Serão distribuídas 120 milhões de camisinhas para a população.
“A gente nota uma certa mudança no comportamento sexual da população no decorrer dos anos. Uma das causas do crescimento da aids pode estar relacionada ao fato de a nova geração ser mais liberal que a anterior”, disse Chioro.
O ministro ressalta que, por isso, o incentivo ao teste e ao tratamento devem fazer parte da campanha.
A estratégia agora é, além de estimular o uso da camisinha, como sempre foi feito, convidar o jovem a fazer o teste de HIV, disponível gratuitamente nos postos de saúde, e começar logo o tratamento, caso o teste dê positivo.
“Você poderia considerar que é uma geração mais liberal e que se expõe mais. Mas como tem mais parceiros, tem um risco acrescido. A questão é que, se a gente insistir em fazer mais do mesmo, e ficar paralisado na camisinha, a chance de enfrentar [o problema] é menor”, defendeu o diretor do departamento especializado em doenças sexualmente transmissíveis e aids, do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
Segundo o ministério, 734 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. A incidência do vírus é 20,4 casos por grupo de 100 mil habitantes, mas a prevalência sobe para 41,3 no Rio Grande do Sul e para 33,4 no Amazonas.
- 1. Até quando?
1 /31(Divulgação)
São Paulo - Criado em 1988, o Dia Mundial da AIDS é realizado em 1º de dezembro. A data é dedicada à união das pessoas na luta contra a doença .
Descoberta em 1981, a AIDS já matou quase 40 milhões de pessoas desde então e segue sem cura. A seguir, veja algumas das descobertas da ciência sobre o tema.
- 2. Descoberta
2 /31(Creative Commons/ Mattlemmon)
- 3. AIDS
3 /31(Getty Images)
O estágio mais avançado da doença causada pelo vírus HIV é chamado de AIDS (sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). A AIDS é caracterizada pela perda de capacidade do organismo de se defender de diversas doenças, causada pela ação do vírus no sistema imunológico - como explica o Ministério da Saúde.
- 4. HIV
4 /31(CDC USA)
O vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) é o causador da AIDS. Ele fragiliza o sistema imunológico, responsável por defender o corpo de doenças. Curiosamente, o HIV é um vírus bastante sensível ao meio externo. De acordo com o Ministério da Saúde, ele sobrevive por apenas uma hora fora do organismo humano - tornando-se inativo rapidamente ao entrar em contato com agentes físicos (como o calor) ou químicos (como álcool).
- 5. Contágio
5 /31(Stock Xchng)
Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha, uso de agulhas ou seringas contaminadas e transfusão de sangue com o vírus são algumas das formas de transmissão do HIV. De acordo com o Ministério da Saúde, a ocorrência delas varia de acordo com os grupos.
Em 2012, 86,8% dos casos de identificados entre mulheres decorreram de relações heterossexuais. Já entre os homens, 43,5% dos casos de contágio se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por relações bissexuais. Transmissões sanguíneas e outras causas foram responsáveis pelos casos restantes.
- 6. Sintomas
6 /31(Sergei Supinsky/AFP)
Febre e mal-estar estão entre os primeiros sintomas da AIDS. Depois deles, a doença passa por um período assintomático - que pode durar anos.
Chamada de sintomática, a fase seguinte da doença é caracterizada pela redução no número de glóbulos brancos T CD4. Geralmente entre 800 e 1.200 unidades por milímetro cúbico de sangue em adultos, ele pode cair para menos de 200 nessa estágio da AIDS - de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Essa alteração faz com que o paciente sofra com diarreia, suores noturnos e emagrecimento nessa fase da doença. Se não for devidamente tratada, a AIDS pode acarretar problemas como hepatite, pneumonia e câncer.
- 7. Mundo
7 /31(AFP)
Em todo o mundo, cerca de 35 milhões de pessoas são portadoras do HIV - segundo a
Organização Mundial da Saúde. De acordo com a entidade, a maioria das pessoas com AIDS vivem em países pobres ou em desenvolvimento.
- 8. Mortalidade
8 /31(REUTERS/Christian Hartmann)
A AIDS é a doença infecciosa que mais mata pessoas no mundo. Desde sua descoberta, foram 40 milhões - segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Só em 2013, 1,5 milhão de pessoas foram vitimadas pela doença. Entretanto, o Brasil registrou uma queda de 13% no índice de mortalidade da doença entre 2001 e 2012.
- 9. Antirretrovirais
9 /31(Romeo Gacad/AFP)
Os antirretrovirais são medicamentos usados para impedir a multiplicação do vírus HIV no organismo da pessoa contaminada. Descobertos na década de 1980, esses remédios aumentam o tempo e a qualidade de vida dos pacientes com AIDS. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 300 mil pessoas recebiam antirretrovirais para tratar a doença em dezembro de 2012.
- 10. Risco
10 /31(Guang Niu/Getty Images)
De acordo com o Ministério da Saúde, a distinção entre grupos de risco e grupos de não risco em relação a AIDS não existe mais. No começo da epidemia da doença, homens homossexuais, usuários de drogas injetáveis e outras categorias eram incluídas no grupo de risco da doença. Esses segmentos eram entendidos como mais vulneráveis ao contágio pela AIDS.
Como o vírus HIV passou a se espalhar entre outros grupos sociais, o Ministério da Saúde trabalha hoje com comportamentos de risco. Relações sexuais sem o uso de preservativos com pessoas infectadas e compartilhamento de seringas e agulhas são considerados comportamentos de risco.
- 11. Sexo
11 /31(Robyn Beck/AFP)
Pacientes com o vírus da AIDS podem fazer sexo, mas sempre com camisinha. Segundo o Ministério da Saúde, o uso do preservativo evita a infecção por outras doenças sexualmente transmissíveis.
Além disso, a camisinha ajuda a impedir uma nova infecção pelo HIV, que aumenta a carga viral e a chance do vírus sofrer novas mutações - o que pode comprometer a eficácia do tratamento da AIDS.
- 12. Beijo
12 /31(lst1984/Flickr)
O Ministério da Saúde adverte: o vírus HIV não é transmitido por meio de beijos. De acordo com o órgão, líquidos corporais como saliva, suor e lágrima reúnem apenas partículas virais não infectantes.
- 13. Casos
13 /31(Alexa Stankovic/AFP)
Cerca de 2 milhões de pessoas foram contaminadas pelo vírus da AIDS em 2013. O cálculo é da Organização Mundial da Saúde. Por dia, estima-se que 6 mil pessoas tenham contraído o HIV em 2013 - 68% delas na África Subsaariana.
- 14. Brasileiros
14 /31(Ueslei Marcelino/Reuters)
Há mais de 720 mil pessoas soropositivas no Brasil. O dado é de um estudo que integra a campanha #AtitudeAbril. De acordo com esse levantamento, uma em cada cinco pessoas contaminadas pelo HIV no país não sabe que tem o vírus.
- 15. Regiões
15 /31(David Morimoto/Flickr)
Entre 2001 e 2011, a taxa de pessoas contaminadas pelo vírus HIV para cada 100 mil habitantes no Sudeste caiu de 22,9 para 21 casos. O dado é do Ministério da Saúde. Esse mesmo índice cresceu nas regiões Centro-Oeste (14,3 para 17,5), Nordeste (7,5 para 13,9), Norte (9,1 para 20,8) e Sul (27,1 para 30,9 casos).
- 16. Idade
16 /31(Getty Images)
No Brasil, a maioria dos casos de AIDS está concentrado na faixa de idade que vai dos 25 aos 49 anos. Quem informa é o Ministério da Saúde. Ainda segundo o órgão, o único segmento etário em que a proporção de mulheres com o vírus HIV é maior que a de homens é aquele que vai dos 13 aos 19 anos.
- 17. Jovens
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Até junho de 2009, mais de 65 mil casos de AIDS foram registrados entre jovens brasileiros com idade entre 13 e 24 anos. Segundo o Ministério da Saúde, isso representa 11% do total de casos da doença registrados no país desde o começo da epidemia. Nessa faixa etária, 68% das transmissões do HIV se deram por meio de relação sexual.
- 18. Recém-nascidos
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Cerca de 240 mil bebês nasceram com o HIV no ano passado. Isso corresponde a uma nova criança com o vírus da AIDS a cada dois minutos, de acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS. Entretanto, o número vem caindo. Em 2001, 500 mil bebês nasciam com o vírus todo ano.
- 19. Gel
19 /31(Anna Langova/Wikimedia Commons)
Um gel foi tema de um artigo publicado na revista Science. Aplicado na vagina 12h antes de uma relação sexual e 12h depois, o produto se mostrou capaz de reduzir em 54% os riscos de contaminação do vírus HIV num grupo formado por 800 mulheres africanas.
- 20. Circuncisão
20 /31(Alexander Joe/AFP)
Num experimento realizado pela Agência Francesa de Pesquisas sobre a AIDS, 20 mil sul-africanos aceitaram passar por uma circuncisão. Após a cirurgia, os cientistas verificaram que a chance deles contraírem o HIV caiu 76%.
Além disso, a circuncisão também foi benéfica para as parceiras. Mais de 2 mil participaram do estudo. Entre aquelas que mantiveram relações sexuais apenas com homens circuncidados, o índice de infecção pelo vírus da AIDS foi menor do que no resto do grupo.
- 21. Camisinha
21 /31(Saeed Khan/AFP)
Preservativos masculinos foram alvo de um experimento realizado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Na experiência, camisinhas esticadas foram vasculhadas por microscópios eletrônicos capazes de ampliar uma imagem 2 mil vezes. No fim, não foram encontrados poros que permitissem a passagem do vírus HIV. De acordo com pesquisadores, a maioria dos casos de rompimento de preservativos está ligada ao uso incorreto do produto – o que os credencia como método eficiente para evitar a contaminação pelo vírus da AIDS.
- 22. Coração
22 /31(sxc.xchng)
Pacientes com AIDS tem quatro vezes mais chances de ter morte cardíaca repentina do que a média. A descoberta é fruto de um estudo realizado por pesquisadoras da universidade da Califórnia.
Para esse trabalho, foram analisados 2.860 registros de óbito de pessoas com HIV. Após a análise, os cientistas constataram que ataques cardíacos fulminantes representavam 86% das mortes.
- 23. Audição
23 /31(Getty Images)
Crianças e adolescentes com HIV têm mais chances de apresentarem inflamações no ouvido e outros problemas de audição. A constatação é fruto de um estudo da universidade de São Paulo.
Entre os 106 indivíduos que participaram do trabalho, 35,8% apresentaram perda auditiva. De acordo com os pesquisadores, a ocorrência desse tipo de problema é um efeito colateral da medicação usada no tratamento da AIDS.
- 24. Mente
24 /31(Artem Chernyshevych / SXC)
Pacientes diagnosticados com vírus HIV podem apresentar depressão e outros distúrbios de comportamento. O Ministério da Saúde recomenda atenção especial em relação a isso, já que problemas desse tipo também fragilizam o sistema imunológico. Casos de falta de concentração e memória fraca também podem estar ligados ao HIV e têm evolução variada.
- 25. Exercícios
25 /31(Getty Images)
O Ministério da Saúde recomenda a prática regular de exercícios físicos para pacientes com AIDS. De acordo com o órgão, esse hábito estimula o sistema imunológico e alivia o estresse - entre outros benefícios. Porém, antes de partir para as atividades físicas, o paciente deve consultar um médico.
- 26. Testes
26 /31(AFP)
A coleta de sangue é o método usado para detecção de infecção pelo vírus HIV. Com uma gota do líquido, testes disponíveis no Brasil conseguem fornecer o resultado dentro de 30 minutos. Esse tipo de exame é gratuito na rede pública de hospitais, de acordo com o Ministério da Saúde.
- 27. Janela
27 /31(Felipe Wiecheteck / Stock Xchng)
O corpo humano demora, pelo menos, 30 dias para começar a produzir anticorpos anti-HIV quando é infectado pelo vírus da AIDS. Esse período é chamado pelos especialistas de janela imunológica.
De acordo com o Ministério da Saúde, a janela imunológica é importante porque os exames para identificar a infecção pelo vírus HIV detectam justamente a presença desses anticorpos. Assim, os testes podem apresentar um resultado errado se forem feitos durante esse período.
Por isso, recomenda-se que pessoas que façam o exame durante a janela imunológica repitam o procedimento 30 dias depois para confirmar o resultado.
- 28. Falsos-positivos
28 /31(Getty Images)
Segundo o Ministério da Saúde, alguns fatores podem interferir na detecção do vírus HIV e gerar resultados falso-positivos. Artrite reumatoide, uma infecção viral aguda ou a presença de tumores malignos no organismo são alguns desses fatores.
- 29. Parasitas
29 /31(AFP)
Cientistas da universidade da Califórnia desenvolveram um novo tipo de tratamento para o HIV. A técnica é baseada em versões menores e inofensivas do vírus, capazes de competir com a versão normal do HIV. Um dos benefícios desse tipo de tratamento seria a redução da carga viral em pacientes infectados. A técnica ainda está em desenvolvimento.
- 30. Transplante
30 /31(Ho/AFP)
O hematologista Gero Huetter é formado pela universidade de Berlim. Em 2006, ele começou a atender Timothy Ray Brown, portador do HIV. Após submeter Brown a um tratamento baseado em quimioterapia e transplantes de medula, Huetter conseguiu eliminar o vírus da AIDS do organismo do americano. A técnica não pode ser considerada um caminho para a cura da AIDS porque depende do transplante de medulas com um tipo de mutação rara para gerar esse resultado.
- 31. Agora, que tal saber mais sobre outro vírus?
31 /31(Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)