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20 músicas que inspiraram políticos de um jeito inusitado

Renan Calheiros recorreu aos versos de Valesca Popozuda para defender o corte de gastos no governo. Veja outros momentos em que canções serviram de inspiração

Tiro, porrada e bomba (Montagem/Exame.com/Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

Rita Azevedo

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 14h53.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h33.

São Paulo – O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB) protagonizou uma cena inusitada ao recorrer aos versos da funkeira Valesca Popozuda para defender o corte de gastos no governo. “Tiro, porrada e bomba, como diz versos da música contemporânea, não reerguem nações, espalham ruínas e só ampliam escombros. Não seremos sabotadores da Nação”, disse o senador.  Essa não é a primeira vez que políticos usam versos de músicas para explicitar suas opiniões. No mês passado, em meio à crise política que chegou ao Planalto, a presidente Dilma Rousseff citou uma canção do Lenine para dizer que “enverga, mas não quebra”.  Em outros casos, canções serviram para batizar fases de investigações (como na Operação Lava Jato )ou para reforçar pedidos de condenação.  E se a música está tão próxima do universo político, por que não interpretá-las? O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), o prefeito Fernando Haddad (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux são algumas figuras que já exibiram por aí seus dons musicais. Sobe o som Navegue pelas imagens e relembre esses e outros momentos em que músicas serviram de inspiração no cenário político. Abaixo, veja uma playlist criada por Exame.com no Spotify com todas as canções que aparecem na reportagem.A exceção é “Um homem na estrada”, que não consta na base do serviço de streaming de músicas. Interpretada pelo ex-senador Eduardo Suplicy (PT) durante uma votação no Senado, a canção foi substituída por "Vida Loka", também do grupo de rap paulista Racionais MC’s — que tem o senador como um de seus fãs.

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  • 2. “Beijinho no Ombro” - Renan Calheiros

    2 /22(Divulgação/Divulgação)

  • Veja também

    O presidente do Senado usou versos da música de Valesca Popozuda na última terça-feira para dizer que é preciso a união de partidos e de sociedade para encontrar a solução da crise que o governo enfrenta. "Tiro, porrada e bomba, para utilizar uma expressão tão contemporânea da música brasileira, não reerguem nações. Espalham ruína e, lamentavelmente, só ampliam os escombros. Nós não seremos sabotadores da nação e nem agentes de mais instabilidade", disse Calheiros.
  • 3. “Envergo mas não quebro” - Dilma Rousseff

    3 /22(Flora Pimentel/Divulgação)

  • Durante a cerimônia de encerramento da Marcha das Margaridas, em agosto deste ano, Dilma Rousseff citou versos da música de Lenine para dizer que “envergo, mas não quebro”. “Em noite assim como esta / eu cantando numa festa / ergo o meu copo e celebro / Os bons momentos da vida / e nos maus tempos da lida / eu envergo mas não quebro”, disse Dilma. Na época, a citação foi interpretada como uma resposta da presidente aos opositores que pediam sua saída da presidência.
  • 4. “Comida” - Dilma Rousseff

    4 /22(Divulgação/Veja Rio)

    Ainda em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff usou versos de “Comida”, do grupo Titãs durante a posse da então ministra da Cultura, Marta Suplicy.  "Nós julgamos que a democratização do acesso a cultura, em suas mais variadas formas de expressão, é uma das coisas mais importantes para se agregar à questão democrática, civilizatória. E faz lembrar a música dos Titãs: 'a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte'", afirmou a presidente.
  • 5. "O homem na estrada" - Eduardo Suplicy

    5 /22(Divulgação/TV Cultura)

    Em 2007, durante discussão da redução da maioridade penal, o então senador Eduardo Suplicy (PT-SP) interpretou "O homem na estrada", canção do grupo de rap paulistano Racionais Mc's. O objetivo era sensibilizar os senadores do voto contrário à proposta, mas a tática acabou falhando: a proposta foi aprovada por 12 votos a 10. A cena acabou rendendo risos durante a sessão. Em um dos momentos, o senador imita o som de um revólver. "Pá, pá, pá", gritou.
  • 6. “Pra não dizer que não falei das flores" - Eduardo Suplicy

    6 /22(Antônio Andrade/Arquivo/VEJA)

    Em 2010, Eduardo Suplicy (PT) protagonizou outra cena musical no Senado ao interpretar “Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré. Após fazer a homenagem ao compositor, Suplicy se emocionou ao falar da censura no Brasil durante a ditadura militar. Abaixo a interpretação de Suplicy e a canção orginal.
  • 7. “Geni e o Zepelim" - Cristovam Buarque

    7 /22(Wikimedia Commons)

    Em 2011, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) usou a música “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, para explicar a situação das escolas brasileiras. “A escola virou uma espécie de Geni daquela música do Chico Buarque, em quem todo mundo joga pedra. Ela vem sendo desprezada, vilipendiada, e a gente tem que resgatar a escola”, disse no plenário da Casa.
  • 8. “Tempos Modernos” - Antônio Carlos Mathias Coltro

    8 /22(Facebook/Reprodução)

    Antônio Carlos Mathias Coltro, presidente do TRE-SP, surpreendeu ao declamar “Tempos Modernos”, de Lulu Santos, durante a diplomação de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em dezembro do ano passado. “Eu gosto muito de música, muito de poesia”, disse Coltro antes de citar um trecho.“Eu vejo a vida melhor no futuro. Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear (...) Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera. Com habilidade, para dizer mais sim do que não".
  • 9. “Canción por la Unidad Latinoamericana” - José Genoíno

    9 /22(Marcos Rosa / Contigo)

    Em 2013, o ex-deputado José Genoíno entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal pedindo sua absolvição no processo do mensalão.  O pedido de recurso foi permeado pela letra da música “Canción por la Unidad Latinoamericana” de autoria do cubano Pablo Milanés e gravada posteriormente por Chico Buarque.  Na canção há trechos como “Lo que brilla com luz propia, nadie lo puede apagar” (“aquele que brilha com luz própria ninguém o poderá apagar, em tradução livre”.
  • 10. “Vai Passar” - Roberto Gurgel

    10 /22(Leonardo Marinho/Contigo)

    Chico Buarque também foi inspiração para outro momento do mensalão. Durante o julgamento do processo, o então Procurador-geral da República Roberto Gurgel citou versos de “Vai Passar” ao pedir a condenação de 36 dos 38 réus. "Dormia, a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações”, disse Gurgel.
  • 11. "Amada amante" - Nelma Kodama

    11 /22(Divulgação)

    Em maio deste ano, a doleira Nelma Kodama, condenada a 18 anos de prisão na Operação Lava Jato, cantou trecho de uma música de Roberto Carlos para explicar na CPI da Petrobras qual era sua relação com o doleiro Alberto Youssef. "Sob meu ponto de vista, eu vivi maritalmente com Alberto Youssef do ano de 2000 a 2009. Amante é uma palavra que engloba tudo, né? Amante é esposa, amante é amiga", disse Nelma. "Tem até uma música do Roberto Carlos: a amada amante, a amada amante. Não é verdade? Quer coisa mais bonita que ser amante? Você ter uma amante que você pode contar com ela, ser amiga dela". Logo depois, a doleira começou a cantarolar "Amada Amante", sucesso de Roberto Carlos. A descontração não agradou os deputados presentes na CPI. "Nós não estamos aqui em um show", disse Hugo Motta (PMDB-PB).
  • 12. “Que país é este” - Renato Duque

    12 /22(Oscar Cabral/VEJA)

    Em novembro do ano passado, ao ser preso pela primeira vez no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque usou, em tom de indignação, a frase “Que país é esse”.  A expressão, que acabou batizando a 11° fase da Operação Lava Jato, ficou famosa na voz de Renato Russo com a canção “Que país é este”.
  • 13. “My Way” - Pedro Barusco

    13 /22(Joe Bangay/Getty Images)

    Outro nome de música que batizou uma fase da Lava Jato é “My Way”, interpretada por Frank Sinatra. Era essa a forma que um dos delatores do esquema, o ex-diretor da Petrobras Pedro Barusco se referia a seu colega da estatal Renato Duque. Curiosamente, a letra da música de Sinatra lembra, em partes, alguns episódios da investigação. Na primeira estrofe, a frase "E agora o fim está próximo / E eu encaro a cortina final".
  • 14. “Novos Rumos” - Thomas Traumann

    14 /22(Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

    Em março deste ano, o então ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social Thomas Traumann, usou a música “Novos Rumos”, de Paulinho da Viola, para explicar seu pedido de demissão do cargo.  No Twitter, Traumann tuitou trechos como “Vou imprimir novos rumos / Ao barco agitado que foi minha vida” e “Todos os anos vividos / São portos perdidos que eu deixo pra trás / Quero viver diferente / Que a sorte da gente / É a gente que faz”. A saída de Traumann aconteceu uma semana depois do vazamento de um documento interno com sérias críticas à comunicação do governo.
  • 15. “Let it be” - Gilberto Gil

    15 /22(Reprodução)

    O ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, também usou uma música para comunicar sua saída do cargo.  Pouco antes de se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para informar sua decisão, o músico citou a música “Let it Be”, dos Beatles. “Let it Be. Deixo as coisas acontecerem. As coisas vêm e vão. Deixe estar. Let it be", disse.
  • 16. “Porque homem não chora” - Moacy Pereira

    16 /22(Divulgação)

    Em março deste ano, Moacy Pereira (PDT), prefeito da cidade de Presidente Tancredo Neves, na Bahia, foi cassado. Depois da decisão, Pereira resolveu se manifestar com uma carta à população do município.  Num tom de desabafo, o prefeito cassado cita uma parte da música do cantor Pablo “Porque homem não chora”.  “Não vou embora, minha mala não está lá fora e como cidadão tancredense, que me considero, volto ao começo e continuarei trabalhando em prol do crescimento e desenvolvimento do município”, disse.
  • 17. “Amigo” - Paulo Maluf

    17 /22(CONTIGO)

    Em 1986, o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) fez uma apresentação no programa de Marília Gabriela na TV Bandeirantes. A música escolhida foi “Amigo” de Roberto Carlos.
  • 18. “Smoke on the water” Deep Purple - Fernando Haddad

    18 /22(EMI Records/Wikimedia)

    O prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) bancou o guitarrista em outubro do ano passado, durante vistoria para a abertura de um centro esportivo. Com uma Gibson vermelha nas mãos, o petista fez uma rápida apresentação do sucesso da banda britânica Deep Purple “Smoke on the water”.
  • 19. “Moby Dick” - Eduardo Cunha

    19 /22(Wikimedia)

    O presidente da Câmara dos Deputados resolveu relembrar os tempos em que era baterista de uma banda de rock durante sua participação no programa Mariana Godoy Entrevista, na RedeTV!. Um pouco desajeitado, Cunha tocou a introdução de Moby Dick (ou algo parecido com ela), da banda britânica Led Zepellin. Veja a apresentação de Cunha e a música original.
  • 20. “Um dia de domingo" - Luiz Fux

    20 /22(Sonia DAlmeida/Wikimedia)

    Em 2012, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux resolveu homenagear seu colega recém-empossado, o ministro Joaquim Barbosa, de uma forma pouco usual. Durante um jantar, Fux subiu ao palco, tocou guitarra e cantou “Um dia de domingo”, de Tim Maia. "Atenção! Eu queria oferecer essa homenagem ao meu amigo, o ministro Joaquim Barbosa. Em seu discurso, com todas as letras, ele disse que ministros e juízes são homens simples e do povo", disse Fux no meio da perfomance.
  • 21. “A ordem das árvores" - Jandira Feghali

    21 /22(Rodrigo Schmidt / Veja São Paulo)

    Jandira Feghali (PCdoB-RJ) é outro exemplo de político que já mostrou seus dons artísticos por aí. Em 2011, a parlamentar tocou bateria ao lado da cantora Tulipa Ruiz, durante a gravação do programa "Câmara Ligada", da TV Câmara.  A música escolhida foi “A ordem das árvores”. Veja abaixo a performance.
  • 22. Falando em música...

    22 /22(Thinkstock)

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